Empresas de TI lançam campanha para governo deixar setor de fora da reoneração

Mestre Jedi Empresas de TI lançam campanha para governo deixar setor de fora da reoneração

No final de março, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles anunciou a reoneração da folha de pagamentos para a maioria dos setores da economia como uma das medidas do pacote para cobrir o rombo fiscal de R$ 58 bilhões para cumprir a meta de 2017 no orçamento.

No entanto, alguns setores estão se movimentando para tentar ficar de fora da medida, como é o caso do segmento de tecnologia da informação. Empresas de tecnologia de TI lançaram nesta sexta-feira (7) uma frente para tentar convencer o governo federal a incluir o setor no grupo daqueles que não serão inclusos na reoneração da folha de pagamentos, anunciada na semana passada.

Os presidentes da Stefanini, TOTVS, BRQ e Resource – e a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) afirmam que 83 mil postos de trabalho podem ser perdidos nos próximos três anos se for mudado o modelo de tributação do setor.

“As empresas terão que repassar esses custos para os preços e daremos um passo de 10 anos para trás em termos de mão de obra empregada”, alertou Sergio Paulo Gallindo, presidente da Brasscom, destacando que o setor emprega cerca de 1,5 milhão de trabalhadores, sendo mais 600 mil na área de software e serviços.

Modelo de tributação

O setor ainda apresentou uma série de números para mostrar que a substituição da contribuição previdenciária de 20% sobre a folha por um percentual da receita bruta garantiu não só a criação de mais empregos formais nas empresas de TI, como também um aumento do rendimento médio e até uma maior arrecadação total para o governo.

Segundo os cálculos da Brasscom, o modelo alternativo de tributação garantiu a criação de 95 novos postos de trabalho entre 2012 e 2015, além de um incremento de R$ 4,1 bilhões no valor arrecadado com impostos pelo setor.

“Não é correto ficarmos de fora. Não conseguimos entender. Foi uma surpresa para todos”, disse Marco Stefanini, presidente da Stefanini. “Temos mais analistas do que motoristas e cobradores de ônibus. Se o critério realmente foi geração de postos de trabalho, deveríamos estar presentes”, afirmou Laércio Cosentino, presidente da Totvs.

O setor defende não só a manutenção da opção de pagamento de alíquota de 4,5% sobre o faturamento bruto como também o fim da opção do modelo de contribuição previdenciária de 20% sobre a folha de pagamento, de forma que todas as empresas do setor tenham a mesma carga de impostos.

Fonte: (Via) G1