Em um movimento audacioso e inovador, a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos (UAE) está avançando com uma missão pioneira ao cinturão de asteroides. Prevista para ser lançada em março de 2028, a missão Emirates Mission to the Asteroid Belt (EMA) promete revolucionar nossa compreensão dos corpos celestes que orbitam entre Marte e Júpiter. Esta missão não apenas marca um avanço significativo na exploração espacial árabe, mas também oferece uma oportunidade única para estudar uma variedade de asteroides, culminando com o pouso em 269 Justitia em 2034.
A missão EMA é um testemunho do crescente papel dos Emirados Árabes Unidos na arena espacial internacional, construindo sobre o sucesso da Emirates Mars Mission. Com objetivos científicos e tecnológicos ambiciosos, a missão visa desvendar mistérios sobre a formação do sistema solar e explorar o potencial de recursos dos asteroides.
A jornada da UAE no campo da exploração espacial começou com a missão Emirates Mars Mission (EMM), que lançou a sonda Hope em julho de 2020. A sonda chegou a Marte em fevereiro de 2021 e continua a monitorar o clima do Planeta Vermelho, fornecendo dados valiosos para a comunidade científica global. Este sucesso inicial estabeleceu uma base sólida para a UAE expandir suas ambições espaciais, culminando na missão EMA.
A EMA é projetada para ser uma das missões mais complexas e desafiadoras já empreendidas por uma nação árabe. A sonda realizará sobrevoos de alta velocidade de seis asteroides antes de finalmente orbitar e pousar em 269 Justitia. Este asteroide específico é de particular interesse científico, pois acredita-se que tenha migrado de uma região onde se formaram planetas gigantes ou até mesmo de áreas mais distantes do sistema solar. Estudar 269 Justitia pode fornecer insights valiosos sobre a formação e evolução do sistema solar.
Os sete asteroides alvo da missão EMA são: 10253 Westerwald, 623 Chimera, 13294 Rockox, 88055 (2000 VA28), 23871 (1998 RC76), 59980 (1999 SG6) e 269 Justitia. A maioria desses asteroides são classificados como rochas carbonáceas do “complexo C”, que são potencialmente ricas em filosilicatos. Estes minerais são essenciais para entender a formação inicial do sistema solar, pois podem conter água e outros voláteis que são cruciais para a vida como a conhecemos.
Ao embarcar nesta missão, a UAE não apenas demonstra sua capacidade técnica e científica, mas também inspira uma nova geração de cientistas e engenheiros no mundo árabe. A missão EMA representa um passo monumental na jornada de exploração espacial dos Emirados Árabes Unidos, simbolizando um compromisso com a inovação, a descoberta e a colaboração internacional.
A Emirates Mission to the Asteroid Belt (EMA) está programada para iniciar sua jornada em março de 2028, com um itinerário que inclui sobrevoos de alta velocidade de seis asteroides antes de finalmente orbitar e pousar em 269 Justitia em 2034. Este asteroide, em particular, pode ter migrado de uma região onde se formaram planetas gigantes ou até mesmo de regiões mais distantes do sistema solar.
Os sete asteroides alvo da missão EMA são: 10253 Westerwald, 623 Chimera, 13294 Rockox, 88055 (2000 VA28), 23871 (1998 RC76), 59980 (1999 SG6) e 269 Justitia. Cinco desses asteroides são classificados como rochas carbonáceas do “complexo C”, potencialmente ricas em filosilicatos, que são essenciais para entender a formação inicial do sistema solar. A diversidade destes corpos celestes oferece uma oportunidade única para estudar diferentes aspectos da composição e evolução dos asteroides do cinturão principal.
A sonda EMA será equipada com quatro instrumentos científicos principais: uma câmera de ângulo estreito visível, um espectrômetro de infravermelho médio, um espectrômetro de infravermelho térmico e uma câmera de infravermelho térmico. Esses instrumentos permitirão uma análise detalhada da geologia, estrutura interna e propriedades termofísicas dos asteroides, além de avaliar seu potencial para a utilização de recursos in-situ.
O primeiro instrumento, a câmera de ângulo estreito visível, será crucial para capturar imagens de alta resolução dos asteroides, permitindo a análise detalhada de suas superfícies e características geológicas. O espectrômetro de infravermelho médio, por sua vez, será utilizado para identificar a composição mineralógica dos asteroides, fornecendo dados sobre a presença de filosilicatos e outros minerais importantes.
O espectrômetro de infravermelho térmico e a câmera de infravermelho térmico trabalharão em conjunto para medir as propriedades termofísicas dos asteroides, como suas temperaturas superficiais e a condutividade térmica. Esses dados são essenciais para entender a evolução térmica dos asteroides e a história de seus voláteis, substâncias que podem evaporar facilmente e são cruciais para a compreensão da formação e evolução do sistema solar.
Além disso, a missão EMA incluirá um pequeno módulo de pouso que será implantado no asteroide 269 Justitia. Este módulo de pouso, atualmente em desenvolvimento por duas empresas privadas dos Emirados Árabes Unidos, 971 e Sadeem, será projetado para realizar uma série de experimentos científicos na superfície do asteroide, incluindo a análise de sua composição e a coleta de amostras para estudo posterior.
Em suma, a missão EMA representa um empreendimento ambicioso e inovador, com o potencial de fornecer insights valiosos sobre a formação e evolução dos asteroides do cinturão principal. A combinação de sobrevoos de alta velocidade, órbita prolongada e um pouso final no asteroide 269 Justitia oferece uma oportunidade única para explorar e entender esses corpos celestes em detalhes sem precedentes.
A missão Emirates Mission to the Asteroid Belt (EMA) não é apenas um empreendimento nacional dos Emirados Árabes Unidos, mas um esforço colaborativo que envolve diversas instituições internacionais e empresas privadas. A Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos (UAE Space Agency) está trabalhando em estreita colaboração com o Laboratório de Física Atmosférica e Espacial (LASP) da Universidade do Colorado Boulder, um dos principais centros de pesquisa espacial dos Estados Unidos. Esta parceria é fundamental para o sucesso da missão, abrangendo desde o design da missão até o desenvolvimento de sistemas e testes rigorosos.
O LASP, atuando como o principal parceiro de transferência de conhecimento, está envolvido em todos os aspectos da missão EMA. Isso inclui o design da missão, desenvolvimento da espaçonave, testes de sistemas e a formação de equipes de engenharia e ciência. Além disso, o LASP apoia o programa da Academia Espacial dos Emirados Árabes Unidos, proporcionando treinamento e desenvolvimento de habilidades para a próxima geração de cientistas e engenheiros espaciais. Este programa é crucial para garantir que os Emirados Árabes Unidos continuem a desenvolver sua capacidade interna de exploração espacial.
Além do LASP, a missão EMA envolve um consórcio de parceiros acadêmicos e de desenvolvimento de hardware dentro dos Emirados Árabes Unidos, bem como parceiros internacionais de conhecimento. Entre esses parceiros estão a Agência Espacial Italiana (ASI), o Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (INAF), a Leonardo SpA, a Universidade Estadual do Arizona, a Universidade do Norte do Arizona e a Malin Space Science Systems em San Diego. Cada uma dessas instituições traz uma expertise única e recursos valiosos que são essenciais para a missão.
A colaboração com a Agência Espacial Italiana e o Instituto Nacional de Astrofísica da Itália, por exemplo, é fundamental para o desenvolvimento de instrumentos científicos avançados que serão utilizados na missão. A Leonardo SpA, uma empresa italiana de alta tecnologia, está envolvida no desenvolvimento de hardware crítico para a espaçonave. A Universidade Estadual do Arizona e a Universidade do Norte do Arizona contribuem com sua vasta experiência em pesquisa de asteroides e exploração planetária, enquanto a Malin Space Science Systems oferece suporte em sistemas de imagem e sensoriamento remoto.
Essa rede de colaboração internacional não apenas fortalece a missão EMA, mas também promove a troca de conhecimento e tecnologia entre diferentes países e instituições. A missão EMA, portanto, não é apenas uma conquista para os Emirados Árabes Unidos, mas um exemplo de como a cooperação internacional pode levar a avanços significativos na exploração espacial. À medida que a missão avança, essas parcerias continuarão a desempenhar um papel crucial no seu sucesso, demonstrando que a exploração espacial é um esforço verdadeiramente global.
A missão Emirates Mission to the Asteroid Belt (EMA) possui um conjunto de objetivos científicos e tecnológicos que visam expandir significativamente nosso conhecimento sobre os asteroides do cinturão principal e suas potencialidades. Um dos principais focos da missão é investigar a história geológica e o conteúdo volátil de múltiplos asteroides. Para isso, a sonda EMA será equipada com uma série de instrumentos avançados que permitirão uma análise detalhada desses corpos celestes.
Entre os instrumentos a bordo, destacam-se uma câmera de ângulo estreito visível, um espectrômetro de infravermelho médio, um espectrômetro de infravermelho térmico e uma câmera de infravermelho térmico. Esses dispositivos serão utilizados para determinar a história geológica e o conteúdo volátil dos asteroides, investigando a estrutura interna do alvo de encontro. A análise das propriedades termofísicas e das temperaturas dos asteroides permitirá compreender melhor a evolução de suas superfícies e suas histórias voláteis.
Além disso, a missão EMA coletará dados de sensoriamento remoto sobre uma variedade representativa de asteroides. Esses dados são essenciais para caracterizar o potencial desses corpos celestes para a utilização de recursos in-situ em futuras explorações espaciais. A capacidade de identificar e caracterizar recursos, incluindo voláteis, silicatos e metais, é crucial para o desenvolvimento de tecnologias de exploração espacial sustentável. A missão EMA, portanto, não apenas avança nosso entendimento científico, mas também prepara o terreno para a exploração prática e utilização de recursos de asteroides.
Os objetivos da missão EMA são fundamentais para preparar o caminho para a futura utilização de recursos de asteroides. A sonda demonstrará manobras de operação de proximidade, simulando pousos e encontros orbitais. Essas manobras são críticas para desenvolver a tecnologia necessária para futuras missões de exploração e mineração de asteroides. A capacidade de realizar operações de proximidade com precisão é um passo significativo para a exploração sustentável do espaço profundo.
Heyam Alblooshi, engenheira de design da Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos, destacou a importância da missão EMA na identificação e caracterização de recursos em asteroides. Durante sua apresentação na Space Resources Roundtable, ela enfatizou que a missão fornecerá estimativas de massa e distribuições de recursos com base na estrutura interna dos asteroides. Essa informação é vital para futuras missões que visam a extração de recursos de asteroides, contribuindo para a viabilidade econômica e tecnológica dessas operações.
Em suma, a missão EMA representa um avanço significativo na exploração de asteroides, combinando objetivos científicos e tecnológicos para expandir nosso conhecimento e preparar o caminho para a utilização prática de recursos espaciais. A análise detalhada dos asteroides do cinturão principal e a demonstração de tecnologias de operação de proximidade são passos cruciais para o futuro da exploração espacial, tornando a missão EMA uma iniciativa pioneira e de grande impacto.
A missão Emirates Mission to the Asteroid Belt (EMA) enfrenta uma série de desafios técnicos e de navegação que sublinham a complexidade e a ambição deste empreendimento espacial. Fatema Hameli, uma engenheira de desenvolvimento de projetos espaciais da Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos e veterana da missão Mars Hope, destacou a dificuldade inerente de alcançar sete asteroides no cinturão principal. “Do ponto de vista da dinâmica de voo, alcançar Marte é relativamente fácil. No entanto, navegar até sete asteroides no cinturão principal é extremamente desafiador”, afirmou Hameli durante sua apresentação na Conferência de Especialistas em Astrodinâmica de 2024.
Um dos principais desafios técnicos da missão EMA reside na sua propulsão. A espaçonave será equipada com dois sistemas de propulsão distintos: propulsores químicos de hidrazina e propulsores de efeito Hall de xenônio. A escolha do xenônio como principal fonte de propulsão deve-se ao seu alto impulso específico, que permite um uso eficiente de combustível para viagens interplanetárias de longa duração. Este sistema de propulsão solar-elétrica é crucial para a missão, pois oferece a eficiência necessária para realizar múltiplos encontros com asteroides ao longo de uma jornada de sete anos.
Outro desafio significativo é a seleção da data de chegada ao asteroide 269 Justitia. A precisão na escolha do momento de chegada é vital para o sucesso da missão, influenciando diretamente o design da trajetória interplanetária e as operações de encontro orbital. O desenvolvimento do software de navegação, que permitirá à EMA passar alguns meses em Justitia para encontrar um local adequado para o pouso, é um componente crítico deste processo. A equipe da Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos está atualmente focada em desenvolver as ferramentas de navegação que garantirão a precisão necessária para o pouso do módulo em Justitia.
Além dos desafios técnicos, a missão EMA também representa uma oportunidade significativa para a exploração e utilização de recursos de asteroides. Heyam Alblooshi, engenheira de design da Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos, destacou a capacidade da missão de identificar e caracterizar recursos, incluindo voláteis, silicatos e metais, em vários tipos de asteroides. Esta capacidade é fundamental para o desenvolvimento de tecnologias de exploração espacial sustentável, permitindo futuras missões que possam utilizar recursos in-situ para suportar operações de longa duração no espaço profundo.
A missão EMA, com sua abordagem inovadora e colaborativa, tem o potencial de impactar significativamente o campo da exploração espacial. Ao demonstrar manobras de operação de proximidade e simular pousos e encontros orbitais, a missão pavimenta o caminho para futuras missões de exploração de asteroides e utilização de recursos. Para muitos dos engenheiros e cientistas envolvidos, como Fatema Hameli, esta missão representa a realização de um sonho de infância e um passo monumental na jornada de exploração espacial dos Emirados Árabes Unidos. À medida que a UAE continua a aprender e inovar, a missão EMA simboliza um marco significativo na busca por expandir os horizontes da humanidade no cosmos.
Fonte:
https://www.space.com/uae-asteroid-belt-mission-progress-2028-launch
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Artigo original:
spacetoday.com.br