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Normalmente quando se pensa na estrutura do planeta Terra, logo vem à nossa cabeça aquela estrutura tradicional de crosta, manto, núcleo externo e núcleo interno.
Na verdade mesmo, saber o que se passa abaixo da crosta terrestre não é algo fácil, por isso que são importantes os geofísicos. Lógico, deixa eu puxar saco da minha profissão.
Uma maneira de se saber o que acontece no interior do planeta é através dos vulcões, e uma outra maneira, muito mais eficiente, é através da propagação das ondas sísmicas.
As ondas sísmicas se propagam pelo interior da Terra quando se tem terremotos, elas refratam e refletem nas camadas do nosso planeta e dessa maneira, com técnicas avançadas de processamento de dados podemos conhecer em mais detalhe a estrutura interna da Terra.
E é através da propagação das ondas sísmicas e dos modelos que são criados para explicar a sua propagação que podemos até mesmo descobrir novas estruturas escondidas no interior do planeta.
E foi exatamente isso que aconteceu.
Um grupo de pesquisadores usou um novo algoritmo de busca para tentar casar milhares de modelos da estrutura interna da Terra com dados sísmicos observados ao redor do mundo por muitas décadas.
Alguns modelos estudados pelos pesquisadores apresentavam o que chamamos de uma anisotropia no núcleo interno.
A anisotropia é quando alguma propriedade da onda sísmica é alterada devido à diferenciações ou heterogeneidades presentes na camada que ela está atravessando.
Alguns modelos indicavam que as ondas sísmicas viajam mais rápidas paralelas ao equador, enquanto que outras indicavam que as ondas sísmicas viajam mais rápidas paralelas ao eixo de rotação da Terra.
O estudo mostrou que existe uma mudança na direção de propagação, com a direção mais rápida sendo aquela que é paralela ao eixo de rotação da Terra.
Muito bem, e aí, o que seria isso?
Essa anisotropia indica que existe uma mudança na estrutura do ferro, o principal composto do núcleo interno da Terra.
Isso sugere que o núcleo interno passou por dois processos de resfriamento na história da Terra.
Indicando que o núcleo interno teria duas camadas e não uma como se pensava.
Na verdade mesmo já se suspeitava disso, pois sempre existiram dados meios incoerentes para explicar algumas observações usando o modelo padrão da estrutura da Terra.
E, uma hipótese sempre foi essa diferenciação do núcleo interno do planeta.
Será que a Terra tem uma nova camada e teremos que reescrever os livros de geologia e geofísica?
Bem, ainda é cedo para bater o martelo.
O problema é que embora existam muitas estações sismológicas pelo mundo, em regiões polares temos uma ausência delas e isso prejudica em muito a nossa interpretação completa do que está acontecendo no núcleo interno da Terra.
Os pesquisadores estão desenvolvendo um método de processamento de dados para preencher esses gaps de informação e então poder analisar melhor a estrutura interna do nosso planeta.
Entendendo a estrutura interna da Terra, saberemos muito mais sobre a história inicial do nosso planeta.
Fonte:
https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1029/2020JB020545
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Artigo original:
spacetoday.com.br