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Não sei se você sabia, mas o ouro, a platina e vários outros elementos preciosos encontrados na Terra, vieram do espaço.
Na Terra, não existe nenhum processo conhecido capaz gerar energia suficiente para que os elementos mais pesados que o ferro sejam formados.
Para isso é preciso algo muito poderoso, por exemplo, o colapso de uma estrela pode ser capaz de gerar esses elementos e depois através de uma supernova esses elementos são espalhados pelo universo.
Porém, recentemente, em 2017, graças a observação da fusão de duas estrelas de nêutrons os astrônomos descobriram que essa fusão gerou ouro e platina e esse processo produziu o que chamamos de kilonova, uma explosão no universo, espalhando esses elementos.
Esses elementos pesados acabam se incorporando na poeria que irá dar origem a novas estrelas, e assim, usando telescópios bem poderosos, os astrônomos já conseguiram descobrir centenas de estrelas que são ricas em ouro na nossa galáxia.
Mas essa descoberta trouxe um outro grande mistério, quando, onde e como essas estrelas se formaram na história da Via Láctea.
Para poder realizar esse estudo os astrônomos usaram um supercomputador chamado de ATERUI II que fica no Centro de Asrofísica Computacional do Observatório Astrônomico do Japão, para poder simular a formação da Via Láctea desde o Big Bang , essa, diga-se de passagem é a simulação numérica com maior resolução de tempo já feita para estudar a evolução da Via Láctea.
Através dessa simulação foi possível analisar pela primeira vez a formação de estrelas ricas em ouro na Via Láctea.
Como sabemos, a Via Láctea cresceu através da acreção e da fusão de pequenas galáxias progenitoras.
Os dados da simulação revelaram que algumas dessas galáxias progenitoras que existiam a mais de 10 bilhões de anos, continham grandes quantidades de elementos pesados.
Cada evento de fusão de estrelas de nêutrons aumentou ainda mais a abundância dos elemtnos pesados nessas pequanas gala’xias.
Então, foi aí que as estrelas ricas em ouro se formaram e o mais interessante é que as abundâncias previstas podem ser comparadas com as observações das estrelas feitas hoje.
A história então é que nas pequnas galáxias que existiam antes da Via Láctea, você tinha ali muitas fusões de estrelas de nêutrons que geraram kilonovas e espalharam o ouro no meio galáctico, esse ouro se incorporou no processo de formação das estrelas nessas pequenas galáxias, e entã quando essas galáxias foram se fundindo para formar a Via Láctea essas estrelas vieram junto e estão por aí até hoje.
Além de nos mostrar o processo da formação do ouro, essas estrelas ricas em ouro nos contam também a história de formação e evolução da nossa prórpria galáxia .
As estrelas ricas em ouro observadas atualmente pelos astrônomos funcionam como verdadeiros registros fósseis da formação da Via Láctea que ocorreu a mais de 10 bilhões de anos atrás.
E a comparação das observações com as simulações de alta resolução abre na verdade um novo caminho no estudo do que seria o registro fóssil de formação da Via Láctea.
Fontes:
https://academic.oup.com/mnras/article/517/4/4856/6808594
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Artigo original:
spacetoday.com.br