Localizada a Oeste do Mare Tranquillitatis (quando vista das latitudes do hemisfério sul), a cratera Arago (27.0 km de diâmetro e 1800 m de profundidade) é bem conhecida e sua região foi repetidamente fotografada ao longo dos anos sob várias condições de iluminação.
Esse particular interesse é devido a duas compactas estruturas vulcânicas relativamente grandes (20.0km) e fáceis de encontrar, as cúpulas ou domos: Arago Alfa (ao Norte) e Arago Beta (a Oeste) dessa cratera.
A escala e resolução dessa bela imagem revelam as complexidades das cúpulas de Arago Alpha e Beta e também a existência de outras cúpulas menores já comprovadas (circuladas em amarelo); outras à espera de comprovação (circuladas em verde) e uma outra suspeita no interior da própria cratera Arago (circulada em azul). Arago Beta tem uma base de formato redondo com uma depressão (cratera) em seu lado norte. No lado oeste (à esquerda) da cúpula há um outro lóbulo arredondado, como uma pequena cúpula companheira. Uma cúpula menor semelhante ocorre no lado norte de Arago Alpha, porem um pouco mais longe como uma estrutura separada. Alpha também é visto como tendo dois picos pequenos mas íngremes perto de seu centro e uma depressão alongada que se estende para o Norte.
Entre Arago Alpha e a cratera Maclear há três cúpulas com aproximadamente o mesmo tamanho das cúpulas ao lado de Alpha e Beta, e no canto NE mais três formações menores que também parecem ser cúpulas. É interessante notar que todas as cúpulas nesta área são semelhantes umas as outras, mas diferentes das cúpulas hemisféricas clássicas, próximas de Hortênsius, e em outros lugares na Lua. Especula-se que talvez a morfologia das cúpulas esteja relacionada com os tipos de basaltos e outros elementos presentes em sua composição.
Ainda na foto anexo há um amplo e longo cume entre Arago D e E (assinalado com uma seta) que seria chamado de cúpula, se não fosse seu formato alongado.
A foto é muito rica em formações e podemos notar facilmente os pequenos riles ao sul da cratera Arago. Também podem ser vistos com riqueza de detalhes as Rimae Sosígenes e a parte que adentra o Mare Tranquilitatis da Rima Ariadaeus.
Existem duas crateras raras nesta foto, Ritter e Sabine, pois pertencem ao grupo das crateras concêntricas, ié, aquelas que apresentam anéis visíveis de uma segunda cratera com o mesmo centro em seu interior. Outra cratera de destaque é a fantasma Lamont, que foi inunda pela lava do Mare Tranquillitatis.
A grande escala da imagem, sua alta resolução e o baixo ângulo de iluminação solar parecem ser as chaves para a descoberta de novos artefatos geológicos nas regiões dos mares lunares.
Texto e localização das formações: Rosely Gregio
Adaptação: Avani Soares
Fontes pesquisadas:
Kapral, C. and Garfinkle R. 2005. GLR Lunar Domes Catalog
GLR. 2008+(?). Consolidated Catalog of Lunar Domes.
– Chuck Wood
Artigo original:
spacetoday.com.br