Como Star Wars: Visions Volume 2 abraça narrativas divergentes

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Na Star Wars Celebration desse ano, realizada em Londres, Inglaterra, tivemos o painel de Visions, uma série antológica que conta de forma inovadora diversas histórias da saga.

O que diferencia Visions de outras séries animadas da saga é que, além do traço ser diferente em cada episódio, Visions não é canônico, mas também não está inserido na continuidade do antigo universo expandido – Legends.

Star Wars: Visions entra na classificação Non-Canon (Não-canônico, em tradução livre), que abrange materiais que não tem qualquer pretensão de entrar na cronologia da saga ou conversar com materiais já estabelecidos, sendo assim mídias independentes.

Isso permite que seus produtores possam colocar em prática qualquer ideia que quiserem; afinal, não precisam entrar em coerência com o que já temos do cânone.

Em entrevista ao portal io9, James Waugh – vice-presidente sênior da Lucasfilm – e outros produtores comentaram sobre como foi o retorno para o segundo volume do projeto.

Entrevista:

Sabina Graves (entrevistadora do io9): Me conte um pouco sobre como surgiu essa colaboração, e como é retornar para o segundo volume.

James Waugh: Ficamos maravilhados pelo sucesso do primeiro volume. Acho que superou qualquer expectativa que tínhamos. Acreditamos muito no projeto, e colocamos muito do nosso coração, alma e paixão para fazer isso. Então, começamos a conversar sobre ‘o que o volume dois seria?’. Sempre enxergamos Visions como uma plataforma que realmente poderia expandir. Não precisariam ser histórias sobre animes em particular – nós apenas começamos por lá porque era uma grande influência para muitos de nós. Nesse processo, começamos a ver a grande história do Volume Um não apenas como uma versão em anime de Star Wars, mas sim como a representação da cultura japonesa através das lentes de Star Wars. E esses criadores tinham diferentes contextos do que Star Wars significava para eles: diferentes religiões, diferentes influências, diferentes influências históricas que permitiram contar histórias que não teriam como se fossem elementos ocidentais. Percebemos que havia uma história nisso, e como grandes fãs de animação, nós queríamos ver o que Star Wars poderia ser através das diferentes lentes culturais ao redor do mundo. Como [seria] Star Wars da Índia? Como seria Star Wars da África do Sul?

Jacqui Lopez, produtora executiva de Star Wars: Visions, The Clone Wars, Star Wars Rebels e The Bad Batch, também foi entrevistada e comentou um pouco sobre como foi o processo para encontrar os estúdios que trabalharam no Volume 2.

io9: Meu melhor amigo atualmente mora no Japão, e nós realmente nos conectamos com as diferentes histórias do primeiro volume. Quando procuraram colaboradores para este segundo volume, havia estúdios que vocês queriam procurar especificamente por sua voz ou estilo, ou havia estúdios que o abordaram com ideias?

Jacqui Lopez: Definitivamente tínhamos alguns estúdios específicos que queríamos abordar. Você sabe, nós pensamos que um Star Wars do [estúdio] Aardman seria incrível. E foi uma alegria quando soubemos que eles estavam igualmente empolgados para fazer isso. Cartoon Saloon também – você sabe, somos fãs do trabalho deles, e há a mitologia celta e elementos que eles trazem para Screecher’s Reach [um dos episódios do Volume 2]. Queríamos ter certeza de que tínhamos uma representação global. E estávamos conversando com Rodrigo Blaas [Sith, também do Volume 2], querendo trabalhar com ele. Então era uma relação pré-estabelecida. Ninguém simplesmente veio e lançou uma ideia às cegas. Nós meio que abordamos os estúdios e perguntamos se eles tinham uma história de Star Wars que gostariam de contar.

Josh Rimes, produtor executivo de Star Wars: Visions e The Bad Batch, também marcou presença na entrevista, falando sobre o desenvolvimento das ideias dos estúdios para o Volume 2.

[…] É incrível falar com eles e conhecê-los para saber o que é importante para eles. Normalmente, para todos os estúdios, pedimos que nos enviem algumas ideias ou alguma arte de inspiração, desenhos conceituais. Esse é o primeiro passo para realmente analisar as ideias e montar uma antologia – certificando-se de que as histórias pareçam diferentes de cada estúdio, e também extremamente pessoais. Histórias que vêm do coração, dos cineastas, são as que chegam ao topo. E todos os estúdios realmente dão o seu melhor. Então às vezes é difícil escolher. E no que diz respeito ao estilo, sabíamos que, quando fomos para [o estúdio] Aardman, estaríamos trabalhando com um tipo incrível de [animação] stop motion, a especialidade deles. E a técnica stop-motion trazida para alguns dos projetos CGI como [os episódios do Volume 2] Aau’s SongIn the Stars foi realmente único para nós.

Finalizando, James Waugh contou sobre o cuidado de incluir a representatividade de vários cantos do mundo, e como foi conciliar isso em um punhado de episódios.

Queríamos ter certeza de que haveria uma grande variedade de estilos, que o público realmente veria não apenas a diversidade cultural, mas também a diversidade de mídia que está acontecendo hoje. E equilibrando isso com a primeira coisa: o que a história tem a dizer quando você tira o fato de que é Star Wars? Acho que conseguimos equilibrar isso direito, e trabalhar com cada um desses estúdios para garantir que sua história fosse executada de uma forma que a tornasse não apenas a forma mais pura da visão inicial, mas também uma história Star Wars nunca contada antes com os valores de Star Wars.

Assim como o Volume Um de Star Wars: Visions deu a oportunidade de estúdios japoneses mostrarem sua visão da saga através dos episódios da série antológica, o Volume Dois é um passo da Lucasfilm em busca de novos ares, com novos estúdios de novos cantos do mundo.

Há estúdios sul-americanos, africanos, asiáticos e europeus. Cada um contando sua história de Star Wars com a liberdade criativa apropriada, inserindo elementos que muitas vezes homenageiam as culturas locais, estabelecendo mais embasamento cultural em muitas peculiaridades da saga.

Star Wars: Visions Volume 2 chega no dia 4 de maio, dia mundial de Star Wars.

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Artigo original:
sociedadejedi.com.br