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Vamos falar de buracos negros.
Os buracos negros ocorrem quando uma estrela de grande massa chega ao fim da sua vida, depois de uma explosão de supernova, se o caroço que sobrar for massivo o suficiente ele se colapsa num ponto incrivelmente denso, chamado de singularidade.
Quando o gás, estrelas e qualquer outra matéria passa perto o suficiente desse ponto, ou seja, dentro do chamado horizonte de evento, essa matéria cai então no buraco negro.
Quanto mais matéria o buraco negro engole, mais massivo ele fica e o horizonte de eventos se expande.
Os buracos negros aparecem com diferentes massas, os supermassivos no centro das galáxias, os de massa intermediária ainda um mistério, e os de massa estelar, esses podem ser mais comuns.
Estima-se que só na Via Láctea existam 100 milhões de buracos negros de massa estelar.
No centro da nossa galáxia a uma distância de 26 mil anos-luz da Terra, existe um buraco negro supermassivo, o chamado Sagittarius A*.
Esse nosso buraco negro tem uma massa equivalente a 4 milhões de vezes a massa do Sol.
Os astrônomos só conseguiram entender por completo os buracos negros o dia que conseguirem observar esses objetos.
Mas como observar um buraco negro?
Há cerca de 4 anos, teve início um projeto audacioso, o chamado Telescópio do Horizonte de Eventos, que tem como objetivo fazer a tão falada e tão famosa imagem do buraco negro.
Mas não é bem assim.
Quando a matéria está caindo no buraco negro ela ica superaquecida e emite luz, quando essa luz passa pelo horizonte de eventos ela é desviada pela força gravitacional do buraco negro.
Essa luz desviada, como se tivesse uma lente acaba delimitando uma região escura, que os astrônomos chamam de sombra do buraco negro.
O tamanho dessa sombra estima-se seja cerca de 2 vezes e meia o tamanho do horizonte de eventos.
Para que o Telescópio do Horizonte de Eventos funcione, só existem dois buracos negros que ele é capaz de fazer imagens.
O nosso, o Sagittarius A* e o buraco negro no centro da galáxia M87, esse com 7 bilhões de vezes a massa do Sol.
Para o SGR A* a sombra tem um tamanho de 30 milhões de km, e para o buraco negro da M87 essa sombra é milhares de vezes maior.
Os astrônomos então querem estudar a sombra do buraco negro para obter informações do próprio buraco negro, e essa imagem será conclusiva para a existência dos buracos negros.
Além da singularidade e do horizonte de eventos, outra característica importante dos buracos negros são os jatos que ele emite.
NA verdade, o jato é emitido por uma região ao redor do buraco negro, à medida que a matéria cai no buraco negro ela se torna superaquecida e parte da matéria é expelida na forma de jatos relativísticos.
O Sgr A* não deve apresentar esses jatos, pois ele é um buraco negro calmo, engole uma estrela a cada 10 mil anos.
Mas os jatos também são importantes para entender os buracos negros.
Se os jatos existirem o EHT será capaz de detectá-los.
Isso porque o EHT na verdade é um telescópio que virtualmente tem o diâmetro do planeta Terra e é formado por 7 rádio telescópios espalhados pelo mundo.
durante uma semana em 2017 essa rede de telescópios adquiriu os dados necessários para fazer a tão falada imagem.
Mas essa imagem ainda não ficou pronta.
Os astrônomos têm simulações de como ela deve ser no final, que é essa que estou mostrando para vocês.
A complicação está no fato de que para gerar essa imagem é preciso construir códigos computacionais que levam em consideração as equações da teoria da relatividade de Einstein.
As equações geram previsões interessante,.
A sombra do Sgr A* deve ser praticamente circular, caso ela não seja, algo pode estar errado com a teoria da relatividade.
Ajustar todos os dados adquiridos, construir os códigos computacionais que levam em consideração as equações da relatividade, testar tudo isso, rodar esses códigos, processar os dados e no final obter a imagem, é uma tarefa um tanto complicada e por isso essa “demora”na geração da imagem da sombra do buraco negro.
Mas com as simulações feitas até agora, temos uma boa ideia de como essa imagem será.
Vamos aguardar e acredito que em breve a imagem estará prontinha para podermos apreciar.
Fonte:
https://phys.org/news/2018-10-black-hole.html
Artigo original:
spacetoday.com.br