A China começou a explorar o lado “oculto”, “escuro”, “distante”, “afastado” da Lua. No dia 3 de Janeiro de 2019, às 00:26, hora de Brasília a missão Chang’e-4 pousou na cratera Von Kármán no lado oculto da Lua (vou chamar de oculto aqui, tudo bem?).
Depois de pousar e enviar a primeira imagem, foi a vez do seu pequeno Rover, o Yutu-2 começar a caminhar pela superfície lunar. O rover desceu a rampa e já deixa sua marca no regolito da Lua. O chefe do projeto de exploração lunar chinês falou uma frase conhecida para marcar o momento, disse ele, “esse é um pequeno passo para um rover, mas um salto de gigante para a nação chinesa”, meio que parafraseando Neil Armstrong quando pousou na Lua em 1969.
Ele ainda completou dizendo que esse gigantesco passo é decisivo para mover a exploração chinesa do espaço e conquistar o universo.
Todos os outros pousos lunares que já aconteceram na história se deram do lado da Lua que é voltado para a Terra. O lado oculto, já foi observado por muitas sondas e muitos astronautas também, hoje já conhecemos ele bem, temos mapas, e estudos sobre esse lado do nosso satélite, mas até então nunca tínhamos pousado por lá.
Pousar ali tem um desafio tecnológico grande que é a comunicação com a Terra, mas isso a China resolveu mandando um satélite de relay, chamado de Queqiao. Esse pouso da nave chinesa no lado oculto da Lua mostra que a tecnologia na China tem realmente uma força.
Muitos, até mesmo na China reconhecem que o programa espacial mais maduro é dos EUA, e que eles estão muitos passos atrás, mas eles já podem se posicionar do lado da Rússia e da União Europeia. De acordo com relatos, nas ruas de Pequim a conversa era que a China está provando que pode passar os EUA na exploração espacial, será?
O rover chinês tem seis rodas, permitindo que ele continue em operação mesmo se uma das rodas falhar. A sua velocidade máxima é de 200 metros por hora e ele pode escalar uma pequena colina com 20 graus de inclinação ou transpor obstáculos com até 20 centímetros de altura. A superfície onde o rover está é macia, algo parecido com uma neve fofa onde caminhamos.
Explorar o cosmos do lado oculto da Lua pode ajudar os cientistas a aprender mais sobre os primeiros dias do Sistema Solar e até mesmo sobre o nascimento das estrelas e do próprio universo.
Além disso temos uma grande discussão pela frente, como chamar esse lado do Lua, distante ou afastado como alguns chamam (inclusive eu), escuro, pelo fato de não podermos ver, ou oculto, pois está escondido da nossa visão? Fica aí a dúvida e deixe aí nos comentários como você prefere chamar.
Fonte:
https://phys.org/news/2019-01-chinese-rover-exploring-dark-side.html
Artigo original:
spacetoday.com.br