The Mandalorian já está pronto para
ser marcante, uma vez que é o primeiro programa de TV de Star Wars em
live-action. Mas de uma maneira que se encaixa numa franquia, que de tão grande
e icônica quanto Star Wars é, soa como uma abordagem nova nesse universo da
saga. Um universo que é plural de raças e ao mesmo tempo segue um caminho incomum
dentro do serviço de streaming Disney +.
O show foi criado por Jon Favreau,
cineasta ousado (o responsável pelo pontapé inicial do Universo Cinematográfico
da Marvel – MCU –, Homem de Ferro). A história se passa cinco anos após os
eventos de Retorno de Jedi (Episódio VI). O ator Pedro Pascal (de Narcos)
interpreta o próprio Mandaloriano, um pistoleiro solitário nos confins da
galáxia, longe da autoridade da Nova República.
Recentemente, o jornalista Steve
Weintraub, da Collider, conversou com o ator Giancarlo Esposito (o Gus de
Breaking Bad, aqui interpreta imperial Stuck) sobre seu papel no próximo
filme e ele lançou alguma luz sobre a tecnologia de ponta que foi usada para
dar vida à série. The Mandalorian não é apenas a primeira série de TV Star
Wars, mas, de acordo com Esposito, também é a primeira grande peça de Star Wars
a ser filmada no sul da Califórnia, ao invés de Londres como de costume.
“Eu tenho um grande figurino. Temos ótimos set pieces. Eu não estou dando nada porque [Jon Favreau] é um artista, verdadeiramente um artista. [Ele estava] trabalhando com George Lucas nessa parte em particular e fazendo dela uma peça que podemos nos relacionar agora em nosso mundo em que estamos. Além do fato de que há tantos fãs de Star Wars por aí que realmente não embarcaram nessa de saturação da saga, finalmente temos uma peça [Star Wars] que pela primeira vez é filmada fora de um estúdio em Londres”, conta.
Esposito diz que o show – ou suas
cenas, pelo menos – utilizou THE VOLUME para produção e pós-produção. The
Volume (ao que parece, um estúdio de confiança para produções de motion
capture) é basicamente um armazém gigante e vazio, com telas azuis ao redor e
câmeras de rastreamento de pontos em todos os lugares, de modo a capturar
performances humanas em um ambiente digital. Essa é a maneira pela qual os
filmes Avatar foram filmados, assim como as sequências de realidade virtual do
Jogador Número Um, e geralmente são usadas para captura de movimento.
“Jon Favreau é brilhante. Tecnicamente, esse programa tem uma nova tecnologia [que] nunca foi tão refinada quanto é agora. Estamos em um lugar chamado The Volume, onde fazemos a maior parte de nossa atuação, onde as peças são colocadas, onde podemos controlar a atmosfera física do que é projetado nas paredes e controlar como a gravidade é; você tem a sensação de que a gravidade está sendo jogada. Este é um show que vai ser realmente fantástico”, afirma o ator impressionado com a tecnologia do lugar.
Não está claro se Esposito quer dizer
que está interpretando um personagem de captura de movimento ou se os atores
realizaram seus movimentos de ação ao vivo, mas foram cercados por ambientes
capturados por movimento para dar vida ao mundo de The Mandalorian. Sabemos por
imagens oficiais que o programa realmente tem cenários práticos, por isso estou
muito curioso para ver como The Volume entrou em cena e como isso se manifesta
na tela.
Além disso, ao elogiar Favreau por
entregar as rédeas a outros cineastas com diversos pontos de vista, Esposito
parece revelar que Favreau trabalhou com George Lucas para criar a série em
primeiro lugar.
“Bem, você sabe o que é legal em The Mandalorian, é que você acha que um cara que escreveu isso, que descobriu com George Lucas, iria dirigir cada episódio. Isso seria tudo centrado no ego, certo? ERRADO! Ele reuniu alguns diretores incríveis de diferentes partes do planeta para dar uma olhada em como poderiam dar seu toque em cada episódio. Eu acho que isso é tão fenomenal, porque temos novas e novas ideias em todos os episódios, que entram neste show, que refletem os fãs – porque os diretores também são fãs. Eles são da Austrália, da Inglaterra, de onde quer que você esteja, isso reflete a opinião deles sobre como eles viram o original e como eles também o farão. Então, você obtém energia nova e fresca em uma peça que já é energética por causa de todas as coisas que estão acontecendo na tela, por causa de toda a tecnologia que eles criaram. Esse vai ser um show fantástico. ”
George Lucas já falou em entrevistas
que estava desenvolvendo uma série de TV de Star Wars em live-action depois de
terminar as prequels, antes de vender a Lucasfilm para a Disney. E ele
ainda tinha dúzias de roteiros escritos e prontos para serem usados (e que
sabemos que foi ignorado pelo comando atual da Lucasfilm). O obstáculo nessa
época era o orçamento, já que nenhuma rede estava disposta a gastar o dinheiro
necessário para tornar realidade um programa de TV live-action de Star Wars. A
coisa toda foi descartada depois da venda da Disney, mas é de se perguntar se
algumas das ideias que surgiram durante esse tempo entraram no roteiro de The
Mandalorian, uma vez que Lucas foi consultado por insistência e respeito que
Favreau sempre teve pelo criador da saga.
Então, novamente, é possível que
Favreau simplesmente tenha usado Lucas como guia, consultando para ter certeza
de que ele estava indo na direção certa e mantendo o espírito da visão de Lucas
para o universo de Star Wars. Ainda há muitas perguntas sobre The Mandalorian,
a maioria das quais provavelmente nem queremos respondidas até que tenhamos
assistido e tiremos assim nossas conclusões. Mas isso faz The Mandalorian muito
mais intrigante pra nossa curiosidade, pois sabemos que Favreau é nerd e
perfeccionista e entende a mentalidade do fã. Muitos fãs da saga cobram que
Dave Filoni seja o diretor criativo da Lucasfilm, mas poucos lembram a carga
que Favreau tem nesse mercado.
Se as obras de cinema têm dividido
opiniões, eis agora a chance de conciliarmos todos novamente.
OYA VODE!
Artigo original:
sociedadejedi.com.br