A busca por vida alienígena e sinais de rádio continua sendo um campo de estudo fascinante e em evolução, sem sucesso até o momento. Recentemente, uma pesquisa liderada por Jean-Luc Margot do Departamento de Ciências da Terra, Planetárias e Espaciais da UCLA examinou estrelas a algumas centenas de anos-luz da Terra. A equipe procurou assinaturas de rádio de civilizações avançadas em “Objetos de Interesse TESS”, onde TESS se refere ao Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito, responsável por pesquisas em todo o céu de estrelas próximas e seus possíveis planetas.
Margot, fundador do projeto “Estamos Sozinhos no Universo?” da UCLA SETI, conduziu a equipe na busca de evidências de outras civilizações através de emissões de rádio. Entre 2020 e 2023, a equipe apontou o Telescópio Green Bank para os objetos TESS, capturando emissões de rádio de uma região específica do espaço. Utilizaram o receptor de banda L, que varre uma faixa do espectro entre 1,15 e 1,73 GHz, uma “janela” estreita onde sugerem que possa ser possível detectar sinais alienígenas.
Apesar da expectativa, não foi encontrada nenhuma assinatura de outra civilização. A equipe concluiu que há uma alta probabilidade (94,0% – 98,7%) de que menos de 0,014% das estrelas próximas hospedem um transmissor detectável. Essa conclusão definitiva indica que estrelas próximas não estão enviando saudações cósmicas em nossa direção.
A busca por assinaturas extraterrestres de civilizações avançadas é uma ciência relativamente jovem, iniciada em meados do século XX. Astrônomos da SETI desenvolveram estratégias de busca usando radiotelescópios, enfrentando realidades físicas. A comunicação através dos abismos do espaço é difícil devido ao atraso no tempo e barreiras físicas, como gás e poeira. No entanto, os sinais de rádio passam bem, tornando-os uma boa escolha para uma saudação interestelar.
Os astrônomos assumem que outra civilização tecnologicamente avançada poderia usar a faixa de 1 a 10 GHz, útil para evitar o “zumbido” da galáxia e a interferência atmosférica. Diferenças de idioma e suposições culturais também moldariam qualquer mensagem, mas ter uma faixa de frequência ajuda a iniciar a busca.
A equipe de Margot buscou emissões feitas por seres tecnologicamente experientes, excluindo emissões naturais, como as de Júpiter, o sol, pulsares, regiões de formação de estrelas e remanescentes de supernovas. O GBT capturou emissões de cerca de 11.680 estrelas e sistemas planetários entre 5.385 e 18.173 anos-luz de distância, em sessões específicas entre 2020 e 2023. Os dados incluíram cerca de 37 milhões de detecções de emissões em banda estreita, concluindo que não há civilizações avançadas próximas transmitindo nessa faixa de frequências.
A pesquisa também envolveu cientistas cidadãos em um projeto chamado “Estamos Sozinhos no Universo?”, com mais de 300.000 classificações de sinais de rádio enviadas por mais de 10.000 voluntários. Além disso, Margot oferece um curso SETI na UCLA para estudantes de pós-graduação, abrangendo disciplinas como processamento de sinais, coleta de dados, telecomunicações, estatísticas e ciência de dados.
Embora a última busca não tenha mostrado evidências de civilizações tecnológicas em nosso bairro próximo à Terra, ela enviou uma mensagem importante: se estão “lá fora”, não estão nessa amostra. A falta de um sinal conclusivo é tão importante quanto um conclusivo. A equipe também refinou seus pipelines de dados e algoritmos de processamento, úteis para futuras buscas.
A busca por vida alienígena continua a ser um esforço global contínuo, envolvendo uma abordagem multidisciplinar e colaborativa. A pesquisa não é apenas sobre encontrar sinais, mas também sobre entender o que procurar, com a eliminação cuidadosa e análise criteriosa sendo cruciais. A falta de descobertas não desanima a comunidade científica; ao contrário, refina o processo de busca, tornando a busca por vida alienígena um empreendimento científico significativo com amplas implicações.
Fonte:
https://phys.org/news/2023-08-astronomers-scan-nearby-stars-advanced.html
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