No dia 18 de novembro de 2020, os cientistas do National Solar Observatory da NSF fizeram a previsão da chegada de uma grande mancha solar bem no dia de Ação de Graças. Usando uma técnica especial, chamada de heliosismologia, a equipe conseguiu “ouvir” as ondas de som dentro do Sol que indicam a chegada de uma grande mancha solar. As mudanças recentes nesses ondas apontam para a eminente aparição de novas manchas solares que poderão ser vistas da Terra, perto do limbo leste do Sol.
Os pesquisadores medem a mudança no sinal acústico no lado oculto do Sol. Com essa técnica é possível identificar o que está acontecendo no lado do Sol que fica voltado para a Terra, dias antes de nós podermos observar o fenômeno. Saber com pelo menos 5 dias de antecedência sobre a presença de uma região ativa no Sol e de manchas solares é fundamental para todos nós, já que vivemos numa sociedade totalmente dependente da tecnologia.
As tempestades solares se original nas regiões ativas de manchas solares, especialmente se as manchas solares são grandes e complicadas. Quanto mais emaranhado estiver o campo magnético, mas provavelmente irá resultar numa flare solar, ou até mesmo numa ejeção de massa coronal, uma CME. Essas explosões podem afetar o clima espacial na Terra. Isso inclui impacto nas comunicações, no GPS e até mesmo nas redes elétricas. O NSO fica de olho no Sol, 24/7 através de uma rede de instrumentos. Essa rede consiste de 6 estações de monitoramento posicionadas ao redor do globo, observando o campo magnético do Sol e outras feições o dia todo, todos os dias.
A habilidade da rede em identificar e rastrear as regiões ativas emergentes no lado oculto do Sol tem implicações importantes para a capacidade preditiva futura do clima espacial. A rede continua sendo valiosa tanto para a ciência fundamental como para as operações.
Os cientistas estão descrevendo a evolução dessa região ativa de manchas solares, como a mais intensa desse novo ciclo solar. Eles notaram a presença da mancha no dia 14 de novembro de 2020, ela cresceu rapidamente. Como nós estamos ainda no início desse novo ciclo solar, o sinal dessa grande mancha ficou bem claro.
Para fazer imagens do lado oculto do Sol, os astrônomos usam a heliosismologia, uma técnica desenvolvida pelos pesquisadores do National Solar Observatory nos anos 1960, para detectar como as ondas de som interagem com a estrutura interior do Sol, especialmente com os campos magnéticos.
A sismologia aqui na Terra, mede as ondas de som viajando pelo interior do nosso planeta, para ajudar a revelar o que não podemos ver abaixo da superfície da Terra. Milhões de frequências de som rebatem livremente no interior do Sol. As regiões onde o campo magnético é intenso, perturbam essas ondas de som, e as medidas da mudança no sinal da onda, indicam que manchas solares podem estar presentes.
A rede de instrumentos está fornecendo um serviço essencial para os pesquisadores sobre o clima espacial. Mas mesmo assim, o sistema precisa ser atualizado. O sistema original não foi criado com o intuito de monitorar o clima espacial, e por isso os pesquisadores estão pensando em atualizar os equipamentos com o objetivo de estudar o clima espacial.
As medias sugerem que a nova região de manchas solares cresceu desde a primeira detecção no lado oculto do Sol na última semana e agora já estão sendo visíveis da Terra, e elas continuarão sendo monitoradas. Para observar as manchas, não olhe diretamente para o Sol, use filtros apropriados em instrumentos como binóculos e telescópios.
Fonte:
https://phys.org/news/2020-11-national-solar-observatory-large-sunspot.html
Artigo original:
spacetoday.com.br