Nos últimos dias, a comunidade de astrônomos amadores tem se agitado com notícias: a Grande Mancha Vermelha, a grande tempestade de Júpiter, parece estar desaparecendo.
Observadores em todo o mundo reportaram um longo fluxo de gás saindo da Grande Mancha Vermelha. Observações em infravermelho feitas por Clyde Foster da África do Sul, que focou nas emissões de metano do planeta revelaram uma estrutura de gás na forma de gancho. A estrutura se estende a partir do lobo oeste e aparentemente tem o mesmo tamanho da Grande Mancha Vermelha, com cerca de 16350 km de largura.
Os astrônomos, tanto os profissionais, como os amadores, têm observado o gigante gasoso em diferentes comprimentos de onda. Isso permite com que eles possam ver os vários elementos e as estruturas dentro das nuvens. Enquanto que as observações do metano mostram o gancho estendido, as fotos feitas em diferentes comprimentos de onda não mostram a mesma estrutura. Isso sugere movimentos dentro da turbulenta atmosfera joviana que acaba afetando suas feições de diferentes maneiras.
Nós sabemos já faz alguns anos que a Grande Mancha Vermelha é um sistema caótico e complexo. Ela é a maior tempestade anti-ciclônica do Sistema Solar e poderia comportar de forma tranquila no nosso planeta no seu interior. A tempestade possui estruturas em forma de redemoinho no seu interior e ondas que se estendem a partir do lado esquerdo. Observações em 2017 feitas a partir do Observatório Gemini mostraram uma estrutura parecida com um gancho, mas muito menor, a oeste da mancha.
Dada a localização, o que nós vemos hoje pode ser uma continuação do que foi visto em 2017, ou deve ter a mesma origem. Foram procuradas por observações feitas em 2018 sobre o metano na Grande Mancha Vermelha, mas nada foi encontrado.
Observações esclarecedoras podem vir atualmente da sonda Juno da NASA que está orbitando o planeta Júpiter e cujo objetivo primário é estudar as nuvens e a atmosfera superior do planeta. A sonda tem uma órbita alongada ao redor do planeta e leva 52 dias para orbitá-lo. O próximo perijove, como é chamada a máxima aproximação do planeta acontece no dia 29 de Maio de 2019 e pode passar pela posição correta para estudar essas mudanças.
A Grande Mancha Vermelha existe pelo menos a 350 anos e está atualmente encolhendo de tamanho. Hoje ela tem cerca de metade da largura que ela tinha a cerca de 1 século atrás.
Fonte:
https://www.iflscience.com/space/a-long-stream-of-gas-is-spooling-out-of-jupiter-s-great-red-spot/
Artigo original:
spacetoday.com.br