Usando dados do Very Large Array Sky survey (VLASS), os astrônomos detectaram emissões de jatos em ondas de rádio vindas de buracos negros supermassivos em galáxias ativas distantes.
O VLASS é um projeto que irá pesquisar cerca de 80% de todo o céu visível usando o Karl G. Jansky Very Large Array, o VLA da NSF, 3 vezes num período de 7 anos. As observações começaram em 2017, e a primeira das três varridas que ele vai dar no céu acaba de ficar completa.
Os astrônomos começaram agora a comparar esses dados com dados feitos pela pesquisa chamada de FIRST que usou o VLA para observar uma porção menor do céu entre os anos de 1993 e 2011. Os astrônomos descobriram galáxias que antes não mostravam evidências de jatos mas que agora apresentam um claro indicativo de jatos jovens e compactos.
Jatos como esses podem afetar de forma decisiva o crescimento e a evolução das galáxias, mas os astrônomos ainda não têm um entendimento completo sobre o fenômeno. E é aí que entra uma pesquisa como a VLASS, pois registrar jatos recém-criados pode informar para os astrônomos o papel deles em moldar a vida das galáxias por bilhões de anos.
Os astrônomos conseguiram com o VLASS detectar cerca de 2000 objetos, novos, ou seja, que não foram detectados na pesquisa chamada de FIRST. Desses 2000 objetos, eles selecionaram 26 objetos que anteriormente tinham sido categorizados como quasars, ou seja, galáxias com um núcleo ativo energizada por um buraco negro supermassivo, através de observações feitas no óptico e no infravermelho. Desses 26, os pesquisadores escolheram 14 dessas galáxias para serem observadas por mais detalhe com o VLA.
Essas observações forneceram imagens de resolução maior e também foram feitas em múltiplas frequências das ondas de rádio, o que deu um entendimento mais completo das características dos objetos. Os dados dessas observações detalhadas forneceram informações sobre a causa mais provável da diferença no brilho em ondas de rádio entre as observações feitas pelo FIRST e pelo VLASS, e essa causa está relacionada com o fato dos motores no centro das galáxias estarem lançando novos jatos desde que as observações foram feitas no projeto FIRST.
Os jatos em ondas de rádio são laboratórios naturais para se aprender sobre a física extrema dos buracos negros supermassivos, cuja formação e crescimento, acredita-se estarem intimamente ligadas ao centro das galáxias onde eles residem. Jatos jovens podem fornecer uma rara oportunidade de se ter uma nova ideia sobre como a interação entre eles e o ambiente ao redor funcionam.
O VLASS tem se provado ser uma ferramenta chave para a descoberta desses jatos, e os astrônomos já estão ansiosos pelos resultados das próximas rodadas de observações.
Fonte:
[http://www.sci-news.com/astronomy/quasar-radio-jets-09074.html]
Artigo original:
spacetoday.com.br