Pela primeira vez, os astrônomos observaram de forma direta o magnetismo em um dos objetos astronômicos mais estudado: a remanescente de supernova 1987A, ou SN1987A, a explosão que marcou a morte de uma estrela e que apareceu nos nossos céus a cerca de 30 anos atrás.
Além de ser uma realização observacional impressionante, a detecção forneceu ideias sobre os estágios iniciais da evolução de remanescentes de supernovas e do magnetismo cósmico dentro dela.
“O magnetismo que nós detectamos é cerca de 50 mil vezes mais fraco que o de um imã de geladeira”, disse o Prof. Bryan Gaensler. “E nós fomos capaz de medir esse magnetismo de uma distância de 1.6 milhão de trilhão de quilômetros”.
“Essa é a detecção mais precoce possível do campo magnético formado após a explosão de uma estrela massiva”, disse a Dra. Giovanna Zanardo.
Gaensler é Diretor do Dunlap Institute for Astronomy & Astrophysics na Universidade de Toronto, e coautor do artigo que anunciou a descoberta e que foi publicado no periódico Astrophysical Journal Letters, no dia 29 de Junho de 2018. A principal autora, Zanardo e o coautor Prof. Lister Staveley-Smith são ambos da Universidade do Oeste da Austrália um nó do International Centre for Radio Astronomy Research.
A SN1987A foi co-descoberta pelo astrônomo da Universidade de Toronto, Ian Shelton em Fevereiro de 1987 usando o Southern Observatory da Universidade de Toronto no norte do Chile. Ela está localizada na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã e satélite da Via Láctea, a uma distância de 168 mil anos-luz da Terra. Ela foi a primeira supernova observada a olho nu desde que o astrônomo Johannes Kepler havia testemunhado o aparecimento de uma supernova no céu, 400 anos atrás.
Nos 30 anos desde que a supernova aconteceu, o material expelido pela explosão, bem como a onda de choque da morte da estrela, tem viajado através do gás e da poeira que circundava a estrela antes dela explodir. Hoje, quando nós olhamos para a remanescente de supernova, nós podemos ver anéis de material brilhando graças à expansão da nuvem de detritos e da onda de choque da supernova.
Usando o CSIRO Australia Telescope Compact Array no Observatório Paul Wild, Gaensler e seus colegas observaram o campo magnético estudando a radiação vinda do objeto. Analisando as propriedades dessa radiação, eles foram capaz de traçar o campo magnético.
“A imagem mostra como ficaria se você pudesse espalhar limalha de ferro sobre a nuvem de detritos em expansão, a 170 mil anos-luz de distância”, disse Gaensler.
O que eles encontraram foi que o campo magnético da remanescente de supernova não é caótico, mas apresenta uma certa ordem. Os astrônomos sabem que à medida que a remanescente de supernova fica mais velha, seu campo magnético se torna esticado e alinhado em padrões ordenados. Desse modo, a observação feita pelos astrônomos mostrou que uma remanescente de supernova pode trazer ordem para um campo magnético num período de tempo relativamente curto.
Fonte:
[https://astronomynow.com/2018/07/01/astronomers-detect-magnetic-field-in-remains-of-supernova-1987a/]
Artigo original:
spacetoday.com.br