Estrelas gigantes vermelhas, são estrelas gigantes e vermelhas. Mas os astrônomos sempre tiveram dificuldade em estimar a temperatura dessas estrelas devido ao fato da atmosfera delas serem complexas e turbulentas. Sem uma medida precisa da temperatura, é difícil dizer quando elas irão terminar suas vidas numa gigantesca explosão de supernovas. Agora um time de astrônomos desenvolveu uma técnica mais efetiva para medir a temperatura de estrelas gigantes vermelhas com base na quantidade de ferro presente nas estrelas.
Quando as maiores estrelas, estamos falando aqui de estrelas que têm 8 vezes mais a massa do Sol, chegam perto do fim de suas vidas, elas incham e se tornam as gigantes vermelhas mais brilhantes do universo. Se fosse colocada no nosso Sistema Solar, essas estrelas monstruosas poderiam facilmente alcançar a órbita de Marte, e até mesmo ir além da órbita de Marte. Depois disso, essas estrelas explodem em fantásticas explosões de supernova.
Pelo fato das camadas mais externas da atmosfera dessas estrelas estarem mais distante do núcleo das estrelas, essas atmosferas são incrivelmente turbulentas e caóticas, o que torna complicado medir a temperatura das estrelas. E sem essa medida precisa da temperatura é complicado dizer exatamente quando uma estrela em particular irá se tornar uma supernova.
Uma equipe de pesquisadores japoneses desenvolveu então uma técnica mais precisa baseada na presença de ferro na atmosfera das estrelas.
Para medir a temperatura de estrelas supergigantes vermelhas, é necessário encontrar uma propriedade visível ou espectral que não seja afetada pela complexidade da atmosfera. Assinaturas químicas conhecidas como linhas de absorção são candidatas ideias para isso, mas não existe uma única linha que revele a temperatura sozinha não. Contudo, se observar a razão de duas linhas diferentes, porém correlacionadas, como as do ferro, é possível encontrar uma razão que esteja relacionada com a temperatura.
O ferro dentro das estrelas gigantes vermelhas absorve parte da luz emitida em diferentes comprimentos de onda, e os pesquisadores descobriram que fazendo a razão da intensidade da absorção em dois comprimentos de onda, ou seja, em duas linhas de absorção, seria possível ter uma medida muito clara da temperatura da estrela gigante vermelha.
Com uma medida mais precisa da temperatura, os astrônomos podem agora fazer um trabalho melhor prevendo como será o resto da vida da estrela.
Os astrônomos ainda estão aprendendo sobre as supernovas e os objetos e fenômenos relacionados, mas essa pesquisa poderá ajudá-los a preencher algumas lacunas nesse entendimento. A estrela gigante Betelgeuse, por exemplo, pode se transformar numa supernova, entre final de 2019 e começo de 2020 ela apresentou uma queda de brilho significante e inesperado. Seria fascinante prever se ela vai mesmo explodir como uma supernova e quando isso irá acontecer. Essa técnica de medir a temperatura poderá, quem sabe, no futuro contribuir com esse tipo de previsão.
Fonte:
https://phys.org/news/2021-03-temperatures-red-giants-pretty-tricky.html
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