No curso da sua vida, o nosso Sol irá passar por vários estágios da evolução estelar e eventualmente terminará a sua vida como uma anã branca. Agora, com base em novas descobertas, nós podemos ser capazes de revelar mais detalhes sobre o destino do nosso Sol.
Os astrônomos estudando um sistema binário de anãs brancas descobriram uma nova anã branca pulsante. Os astrônomos não tinham ideia de a anã branca era pulsante quando começaram o trabalho. E foi meio que um golpe de sorte que permitiu os astrônomos a descobrirem as pulsações.
Essa sorte veio na forma de dados obtidos pela HiPERCAM, uma câmera de imageamento de alta velocidade que fica instalada no maior telescópio do mundo, o Gran Telescopio Canarias. A câmera é capaz de fazer uma imagem a cada milissegundo em cinco diferentes cores. Essa capacidade permitiu que um aluno de graduação trabalhando nos dados pudesse verificar que uma das anãs brancas no sistema estava pulsando rapidamente. Boa parte desse trabalho foi feito por um aluno de graduação.
Essas pulsações ajudarão agora os astrônomos a aprenderem mais sobre como estar num sistema estelar binário afeta a estrutura interna de uma anã branca, que irá nos ensinar mais sobre esses estranhos remanescentes estelares.
Esse sistema binário é ainda mais especial. As duas estrelas estão se eclipsando, significando que elas passam uma em frente da outra quando observadas da Terra. A anã branca é a primeira estrela pulsante desse tipo encontrada nesse tipo de sistema de estrelas. Através dos pulsos e dos eclipses, a equipe de astrônomos pôde medir a massa e o raio da anã branca. E isso permitiu que os astrônomos pudessem determinar do que ela é feita. Isso normalmente é muito complicado de determinar, pois a anã branca esconde o seu material abaixo de uma superfície de hidrogênio, que não podemos ver através. E como consequência, o tamanho da estrela é afetado pela sua composição interna.
A maior parte das anãs brancas são feitas de carbono e oxigênio, criados quando a estrela esgotou o seu hidrogênio e começou a queimar hélio, transformando, via fusão em elementos mais pesados. Mas essa é feita quase que completamente de hélio. A equipe acredita que essa estranha composição poderia ser pelo fato da companheira da estrela ter parado a sua evolução mais cedo, antes que ela pudesse começar a fundir o hélio, deixando a estrela com essa estranha composição química.
Os pesquisadores planejam continuar observando a estrela para registrar o maior número de pulsações possíveis, tanto com a HiPERCAM, como com o Hubble. Então podem aguardar que em breve voltaremos a falar dessa estranha anã binária.
Fonte:
https://astronomy.com/news/2020/03/rare-pulsating-white-dwarf-spotted-in-a-binary-star-system
Artigo original:
spacetoday.com.br