Observando duas galáxias vizinhas, a Grande Nuvem de
Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães, usando o radiotelescópio Murchison
Widefield Array na Austrália, os astrônomos detectaram raios cósmicos e gás
quente e identificaram regiões onde novas estrelas estão nascendo e
remanescente de explosões estelares podem ser encontradas.
Raios cósmicos são partículas energéticas carregadas que
interagem com os campos magnéticos para criar a radiação que nós podemos ver
com nossos radiotelescópios.
“Esses raios na verdade se originam nas remanescentes de
supernovas, ou seja remanescentes de estrelas que explodiram a muito tempo
atrás”, disse o Professor Lister Staveley-Smith, um astrofísico no
International Centre for Radio Astronomy Research.
“As explosões de supernovas estão relacionadas com o final da
vida de estrelas muito mais massivas que o nosso Sol”.
“O número de raios cósmicos que são produzidos depende da
taxa da formação dessas estrelas massivas a milhões de anos atrás”.
A Grande e a Pequena Nuvens de Magalhães são galáxias muito
próximas da nossa Via Láctea, localizadas a menos de 200 mil anos-luz, e podem
ser vistas no céu noturno a olho nu.
“Essa foi a primeira vez que essas galáxias foram mapeadas em
detalhe em frequências de rádio extremamente baixas”, disse o Dr. Bi-Qing For,
um astrônomo no Interntional Centre for Radio Astronomy Research.
“Observando as Nuvens de Magalhães nessas frequências bem
baixas, entre 76 e 227 MHz, significa que nós podemos estimar o número de novas
estrelas que estão se formando nessas galáxias”.
“Nós descobrimos que a taxa de formação de estrelas na Grande
Nuvem de Magalhães é aproximadamente equivalente a uma nova estrela da massa do
nosso Sol sendo produzida a cada 10 anos”, disse ela.
“Na Pequena Nuvem de Magalhães, a taxa de formação de
estrelas é aproximadamente equivalente à formação de uma nova estrela com a
massa do Sol a cada 40 anos”.
Incluindo nas observações estão as massivas regiões de
formação de estrelas, a 30 Doradus, conhecida como Nebulosa da Tarântula, e a
remanescente de supernova Supernova 1987A, ambas localizadas na Grande Nuvem de
Magalhães.
“Nossos resultados mostram uma animadora visão na ciências
que é possível de fazer com a próxima geração de radiotelescópios”, disse o
Professor Staveley-Smith.
“Isso mostra um indicativo dos resultados que serão vistos
com a versão atualizada do Murchison Widefield Array, que agora tem o dobro da
resolução anterior”.
Fonte:
Artigo original:
spacetoday.com.br