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Uma equipe de astrônomos brasileiros utilizou um telescópio no Chile para observar as estrelas das Nuvens de Magalhães, nossas galáxias vizinhas. O trabalho representa o estudo mais detalhado já realizado da periferia destas galáxias, e pretende determinar se essas companheiras cósmicas já colidiram conosco antes. Em uma colisão, as periferias são as áreas mais afetadas das galáxias.
O projeto, liderado pelo astrônomo Bruno Dias, astrônomo brasileiro residente no Chile, faz uso de um sistema de lasers de alta potência capaz de dobrar a resolução do telescópio e observar os grupos de estrelas com grande detalhe.
É também o maior estudo já realizado com o telescópio SOAR, com um espelho de 4 m de diâmetro, com observações feitas durante 40 noites ao longo de 4 anos. O Brasil é proprietário de 31% do telescópio, através de consórcio liderado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Devido à qualidade dos dados, os cientistas conseguiram observar estrelas 10 vezes menos brilhantes que estudos anteriores, investigando um total de um milhão de estrelas. A qualidade dos dados permite então que os pesquisadores determinem a idade dos aglomerados estelares com enorme precisão. Ao comparar essas idades com modelos físicos, eles podem verificar se as Nuvens de Magalhães já colidiram com a nossa galáxia, a Via Láctea, no passado.
O estudo ainda está no começo, mas os resultados são promissores, como mostra o primeiro trabalho liderado por Francisco Maia, da Universidade de São Paulo. Após investigação cuidadosa, os astrônomos brasileiros verificaram que estes são os melhores dados já obtidos para as regiões periféricas destas galáxias.
Segundo Dias, “as periferias das Nuvens de Magalhães guardam os segredos da história da relação com a Via Láctea, e nosso trabalho nos próximos anos será desvendar este mistério intergaláctico.”
#AstronomiaBrasileira #ViaLactea
Fonte:
https://arxiv.org/pdf/1902.01959.pdf
Artigo original:
spacetoday.com.br