Usando o Kepler, os astrônomos registraram duas grandes flares numa anã marrom bem nova, conhecida como CFHT-BD-Tau 4. As duas flares gigantescas se tornaram as flares mais fortes já observadas em uma anã marrom.
A sonda Kepler, caçadora de exoplanetas da NASA perdeu duas das suas rodas de reação em 2013, e então a nave entrou na chamada missão K2 para realizar fotometria de alta precisão de campos selecionadas na eclíptica. O telescópio espacial ganhou uma sobrevida e ainda é considerado a ferramenta essencial para os astrônomos estudarem estrelas e planetas além do Sistema Solar.
Durante a Campanha 13, que aconteceu entre 8 de Março e 27 de Maio de 2017, a missão K2 foi usada para observar um campo do céu que incluía a região de formação de estrelas Taurus-Auriga. Os dados dessa campanha observacional permitiram que um grupo de astrônomos liderado por Rishi R. Paudel, da Universidade de Delaware, identificasse duas grandes flares numa anã marrom, localizada nessa região de formação de estrelas.
Com uma idade estimada de cerca de 1 milhão de anos, a CFHT-BD- Tau 4, também conhecida como 2MASS J04394748+2601407, foi classificada como uma anã marrom jovem do tipo espectral M7 localizada a uma distância de aproximadamente 480 anos-luz da Terra. Ela tem um raio de cerca de 0.65 vezes o raio do Sol, uma massa aproximadamente de 0.064 vezes a massa do Sol e uma temperatura efetiva de 2900 K.
De acordo com o estudo, a flare mais forte das duas durou quase dois dias, brilhou 48 vezes mais forte do que o brilho médio do objeto e teve uma energia bolométrica total de 190 undecillion erg. Durando cerca de 10 horas, a flare mais fraca das duas, foi complexa, com múltiplos picos, e teve uma energia bolométrica total de 4.7 undecillion erg.
Os astrônomos notaram que as energias das flares gigantescas recém-observadas são maiores que as maiores flares registradas anteriormente em anãs marrons jovens, ou seja, essas flares quebraram um recorde e são agora as mais fortes já registradas numa anã marrom até o momento.
Os pesquisadores escreveram que as flares gigantescas serão úteis para se entender como elas podem impactar na dinâmica e na evolução química dos discos formadores de planetas que podem existir ao redor de estrelas de pouca massa e de anãs marrons.
Os autores ainda disseram que essas flares podem ser úteis para explicar os mistérios sobre a formação de côndrulos e de inclusões ricas em cálcio e alumínio, que necessitam de uma fonte de calor transiente para derreter o material precursor. Eles destacaram que atualmente é impossível explicar a formação desses materiais no contexto do equilíbrio termodinâmico entre as estrelas pré-sequência principal e os discos ao seu redor.
Fonte:
https://phys.org/news/2018-06-astronomers-huge-flares-young-brown.html
Artigo:
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Artigo original:
spacetoday.com.br