Já faz um bom tempo que o Android adquiriu uma posição de liderança no que se refere a preferência do consumidor brasileiro. Graças a grande diversidade de aparelhos de várias marcas e custos diferentes, o sistema da Google tem equipado quase 90% dos aparelhos vendidos e utilizados pelas bandas de cá. Obviamente, se a balança perde muito para um lado é porque o outro está em falta.
Depois da quase extinção do Windows Mobile entre os consumidores brasileiros (causada principalmente pela saída da Microsoft do país), a competição voltou a focar-se apenas nos dois titãs dos sistemas móveis, mesmo que isso não apresente um cenário tão competitivo como no resto do globo. Enquanto o robozinho domina conta com uma forte e crescente participação, o sistema da Apple fica com uma fatia pouco expressiva, que vem apresentando quedas ano após ano.
Esta semana a consultoria Counterpoint divulgou dados que apontam que a Apple apresentou em 2016 uma queda massiva de 50% na sua participação, que foi de 8,3% para apenas 3,8%. Obviamente, o principal motivo indicado para justificar o resultado negativo é o alto preço dos dispositivos da companhia, que acentuam-se em um período de crise. Atrelado a isso está contraproposta de suas concorrentes, que oferecem modelos cada vez mais refinados por um preço muito menor.
“As fabricantes que ganharam espaço foram as que conseguiram oferecer celulares menos caros“
Um bom exemplo pode ser feito ao comparar dispositivos como o Zenfone 3, os novos modelos da linha Galaxy A ou o Moto Z Play. Com construções premium, câmeras de respeito e um kit de processamento competente, os aparelhos são vendidos por quase a metade do preço dos iPhones, mesmo não se equiparando em processamento. Quando falamos dos seus concorrentes diretos como o Moto Z e o Galaxy S7 a situação é pior: com diversas reduções de preço, os tops de linha com competências similares ao modelo da Apple apresentam um valor expressivamente menor.
O efeito disto está expressado no aumento de participação da Samsung e Motorola no país, que alcançaram as marcas de 45% e 12,9% respectivamente. Tudo indica que boa parte dos novos consumidores obtidos por estas marcas sejam ex-usuários do smartphone da Apple, procurando novas alternativas para adequar-se aos padrões atuais.