Uma equipe de pesquisadores, usou dados atmosféricos de 19 exoplanetas para obter as medidas mais detalhadas de suas propriedades térmicas e químicas. Os exoplanetas no estudo possuem um grande intervalo de tamanhos, desde os mini-Netunos, com aproximadamente 10 vezes a massa da Terra até os super-Júpiter com mais de 600 vezes a massa da Terra, além disso, a variação de temperatura também é grande, desde 20 graus Celsius, até 2000 graus Celsius. Como os planetas gigantes do nosso Sistema Solar, suas atmosferas são ricas em hidrogênio, mas os planetas orbitam diferentes tipos de estrelas.
Os pesquisadores descobriram que enquanto o vapor d’água é comum nas atmosferas de muitos exoplanetas, a quantidade de água esperada é surpreendentemente menor, enquanto que a quantidade de outros elementos em alguns planetas estava de acordo com as expectativas. Os resultados resumem 5 anos de pesquisa na composição química de atmosferas planetárias fora do nosso Sistema Solar.
Os pesquisadores estão vendo os primeiros sinais de padrões químicos em mundos extra-terrestres, e estão percebendo o quão diversos eles podem ser em termos de composições químicas.
Os pesquisadores relataram abundância de vapor d’água em 14 dos 19 planetas estudados, e uma abundância de sódio e potássio em seis planetas cada um. Os resultados sugerem uma depleção de oxigênio com relação a outros elementos e fornece pistas químicas sobre como esses exoplanetas podem ter se formado sem uma substancial acreção de gelo.
É incrível ver a baixa abundância de água na atmosfera de um grande número de planetas orbitando diferentes estrelas.
Medir a abundância desses elementos químicos em atmosferas exoplanetárias é algo extraordinário, considerando que nós não somos capazes de fazer o mesmo em gigantes gasosos do nosso sistema solar ainda, incluindo Júpiter, nosso gigante gasoso mais próximo.
Vários esforços para medir a água na atmosfera de Júpiter, incluindo a missão Juno que atualmente está na órbita do planeta, têm se mostrado desafiador. Como Júpiter é muito frio, qualquer vapor d’água na sua atmosfera acabaria ficando condensado, tornando a medida algo muito difícil de ser realizada. Se a abundância de água em Júpiter fosse considerada elevada como prevista, isso implicaria que ele teria se formado de maneira diferente daquela que os exoplanetas que estão sendo estudados se formaram.
Os pesquisadores estão querendo aumentar o tamanho das amostras de planetas em estudos futuros. E inevitavelmente os pesquisadores esperam encontrar pontos que saiam fora da tendência além de fazer a medida de outros elementos químicos.
Esses resultados mostram que diferentes elementos químicos podem não ter a mesma abundância em atmosferas planetárias, desafiando as premissas de alguns modelos teóricos.
Dado que a água é um ingrediente fundamental para a nossa noção de habitabilidade, é importante saber como e quanto de água pode ser encontrada em sistemas planetários além do nosso.
Fonte:
https://astronomynow.com/2019/12/12/water-vapor-common-among-exoplanets-but-less-than-expected/
Artigo original:
spacetoday.com.br