A TERRA PODE IRRIGAR A LUA COM ÁGUA – SPACE TODAY TV EP2417

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Em outubro de 2020, os astrônomos anunciaram que o observatório SOFIA havia descoberto água na Lua, na Cratera Clavius, uma cratera que não fica eternamente nas sombras.

Isso mostrou que a Lua pode ter muito mais água do que se pensava.

Lá em 2008, a sonda indiana Chandrayaan-1 havia descoberto a evidência definitiva que havia água na Lua, nas crateras que ficam eternamente nas sombras.

Uma descoberta tão importante que acabou guiando todo o planejamento do Programa Artemis da NASA que pretende retornar o homem para a Lua em 2024.

A água na Lua pode aparecer de duas maneiras, moléculas de H2O e também na forma de hidroxila, e separar essas duas moléculas é muito importante.

Desde a primeira descoberta de água na Lua, a questão sempre foi, como essa água chegou lá?

Uma explicação sempre foi a chegada de asteroides com moléculas de água, e outra hipóstese era o bombardeamento da superfície lunar com o vento solar, que levava íons de hidrogênio carregados que batiam na superfície lunar e então ali sofriam algum tipo de reação para gerar a água.

Mas agora surgiu uma nova hipótese para a geração de água na Lua, a Terra!!!

Isso mesmo, partículas originadas na Terra podem viajar pelo campo magnético do nosso planeta e chegar até a Lua.

Os modelos computacionais previam que apesar do vento solar ser a fonte da água da Lua, ela evaporaria 3 dias depois da Lua cheia, quando a Lua passava dentro da magnetosfera da Terra.

Porém os últimos resultados do instrumento M3, Moon Mineralogy Mapper, da sonda Chandrayaan-1 mostrou que a água na Lua não desaparece durante essa passagem pela magnetosfera.

O que se pensava era que a Terra iria bloquear o vento solar impedindo a formação de mais água e então a água iria desaparecer.

O que os pesquisadores encontraram agora é que quando passa pela magenetosfera da Terra a água lunar poderia ser reposta por um fluxo de íons magnetosféricos o que também é conhecido como vento terrestre.

A presença desses íons já foi confirmada pela missão Kaguya, e o satélite THEMIS-ARTEMIS conseguiu criar o perfil desses íons e os do vento solar.
Em observações anteriores ja’se havia detectado altas concentrações de isótopos de oxigênio que vazm da camada de oxônio da Terra e entram no solo lunar, juntamente com íons de hidrogênio na exosfera da Terra.

Esses fluxos combinados de partículas da magnetosfera são diferentes do fluxo do vento solar.

Esse estudo mostrou que deve existir uma verdadeira ponte de água na magnetosfera da Terra, que chega até a Lua.

Esse estudo é bem complicado de ser realizado pois usa dados antigos das missões, dados de 2008 e 2009, e precisa de uma equipe multidisciplinar para tratar esses dados, além de serem poucos dados.

Esse estudo implica que não só o vento solar, mas o vento planetário também pode contribuir para a presença de água em satélites.

Os pesquisadores pretendem expandir essa pesquisa, para isso precisam de novos instrumentos equipados com espectrômetros capazes de separar o H2O da hidroxila e outros sensores para confirmar esse tipo de mecanismo na Lua.

E com isso será possível definir, onde na Lua seria possível encontrar mais água, e com isso desenvolver e realizar as missões para a Lua nesses locais o que facilitaria muito a exploração do nosso satélite.

PAra saber tudo sobre essa história de água na Lua ouça a edição do meu podcast dedicada para isso.

Fontes:

https://phys.org/news/2021-01-evidence-lunar-surface-earth-magnetosphere.html

https://arxiv.org/ftp/arxiv/papers/1903/1903.04095.pdf

#MOON #WATERONTHEMOON #EARTH

Artigo original:
spacetoday.com.br