
Em 2005, George Lucas, o criador de Star Wars, anunciou uma série live-action que prometia revolucionar a saga. Chamada de Star Wars: Underworld, a produção exploraria um lado sombrio e adulto da galáxia, ambientada entre os episódios III e IV. No entanto, apesar de roteiros prontos e uma visão audaciosa, a série nunca saiu do papel.
George Lucas imaginou Star Wars: Underworld como uma série que fugiria do tradicionalismo da saga. Em vez de focar nos Skywalkers ou em batalhas épicas, a trama se passaria em Coruscant, a capital da galáxia, durante os 20 anos em que Luke Skywalker crescia em Tatooine. Lucas descreveu a série como um “filme noir dos anos 40”. Filme noir é um tipo de filme que geralmente tem uma vibe sombria, cheio de mistérios, crimes e personagens que não são exatamente heróis. Um exemplo clássico é Cidadão Kane. O projeto foi comparado ao projeto The Young Indiana Jones Chronicles, série que ele produziu na década de 1990, mas com um toque mais sombrio e experimental.
Rick McCallum, produtor que trabalhou com George Lucas, revelou em um podcast recentemente que mais de 60 roteiros foram escritos, todos com uma narrativa complexa. Ele disse que eram histórias maravilhosas, com um ar sombrio e sensual. O McCallum chegou a comparar a série com “O Império Contra-Ataca com esteroides”.

Apesar da visão ambiciosa, o maior obstáculo para Underworld foi o custo. Com a tecnologia disponível na época, cada episódio da série custaria cerca de US$ 40 milhões. Multiplicando esse valor pelos 60 episódios que foram escritos, o custo total chegaria a US$ 2,4 bilhões – quase metade do valor que a Disney pagou para adquirir a Lucasfilm em 2012.
Para contextualizar, séries como Game of Thrones e House of the Dragon custaram entre US$ 10 e US$ 20 milhões por episódio. Ou seja, a série de Star Wars custaria o dobro por episódio! Mesmo uma temporada enxuta de 10 episódios de Underworld custaria cerca de US$ 400 milhões, um valor que supera o orçamento da maioria dos filmes de Hollywood.
George Lucas sabia que a série só seria viável com avanços tecnológicos que reduzissem os custos. Em 2011, ele afirmou que estava buscando uma forma de produzir a série por um décimo do custo dos filmes de Star Wars. Ele disse na época que estavam tentando descobrir uma maneira diferente de fazer filmes e que Quando conseguissem, isso iria afetar dramaticamente a indústria, permitindo que filmes sejam feitos por US$ 50 milhões.
Apesar dos esforços, a tecnologia necessária para viabilizar Underworld ainda não existia na época. Em 2010, McCallum admitiu que o projeto estava “em espera” porque, embora os roteiros estivessem prontos, a equipe não sabia como produzi-los dentro do orçamento necessário.
Alguns anos atrás um suposto teste de cena da série vazou na internet e você pode conferir logo abaixo. A realidade é que Star Wars: Underworld continua até hoje sendo um “e se?” fascinante para nós fãs. A série prometia explorar um lado obscuro e maduro da galáxia, com narrativas complexas e novos personagens. Seria algo que poderia ter alterado completamente os rumos da franquia em comparação ao que conhecemos hoje.
Com a venda da Lucasfilm para a Disney em 2012, Star Wars: Underworld foi oficialmente arquivada. No entanto, sua influência pode ser vista em produções posteriores. Em 2019, a Disney+ lançou The Mandalorian, a primeira série live-action de Star Wars. Com um custo de US$ 100 milhões para a primeira temporada inteira, The Mandalorian utilizou tecnologia de ponta, como o StageCraft, telões de altíssima definição para criar ambientes digitais impressionantes e que substituem os famosos chroma keys, os fundos verdes. Ainda assim, o escopo da série era bem diferente da visão sombria e complexa de Underworld.
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