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A partir de hoje nosso entendimento sobre a formação dos planetas, sobre a formação de um sistema planetário será revolucionado.
Os planetas, como eu sempre falo, se formam no chamado disco protoplanetário de estrelas jovens, o material nesse disco vai se aglutinando e essa aglutinação leva a formação dos planetas, e outros objetos de um sistema.
Já trouxe aqui no canal também muitos vídeos mostrando esses discos ao redor das estrelas, muitas desses trabalhos feito pelo ALMA que de certa forma já revolucionou o nosso entendimento sobre a formação de planetas.
Porém, até então, não se tinha nenhuma imagem de um planeta em formação, ou seja, observamos os discos mas não o planeta.
MAs agora tudo mudou.
No telescópio VLT do ESO existe um instrumento instalado chamado de SPHERE.
Esse instrumento tem como objetivo principal procurar exoplanetas, é um instrumento de ponta, e talvez seja o precursor dos instrumentos que serão instalados nos observatórios de próxima geração.
Um grupo de pesquisadores apontou o VLT para uma estrela conhecida como PDS 70.
E quando observaram os resultados, ao redor da estrela eles puderam ver claramente a presença de um exoplanetas em formação.
Isso é histórico, pois é a primeira vez que se faz uma imagem de um exoplanetas em formação.
O que se vê na imagem é um disco preto bem no centro, esse disco preto é um anteparo usado para esconder o brilho da estrela.
Pode-se ver também o disco protoplanetário empoeirado ainda ao redor da estrela, e claramente, pode-se ver o planeta em formação.
O planeta claramente esculpiu, ou limpou sua órbita, criando um gigantesco vazio, e esse vazio é conhecido como o local onde os planetas se formam, esses discos com esses vazios já foram mostrados em inúmeras imagens do ALMA, por exemplo.
Mas agora além do disco o planeta também pode ser observado.
Esse exoplaneta é um gigante gasoso, com uma massa algumas vezes maior que a massa de Júpiter, com uma temperatura de 1000 graus Celsius.
Além da detecção do planeta, os astrônomos conseguiram com o SPHERE fazer uma análise da sua atmosfera, indicando que o exoplaneta possui nuvens na sua atmosfera.
Nem é preciso dizer o quão espetacular é essa descoberta, só para construir o SPHERE foi mais de uma década.
Além disso, agora é possível realmente estudar e ver como um planeta realmente se forma, e com certeza mais um capítulo dos livros de astronomia começa a ser reescrito.
Fonte:
http://eso.org/public/brazil/news/eso1821/?lang
Artigos:
https://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso1821/eso1821a.pdf
https://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso1821/eso1821b.pdf
Artigo original:
spacetoday.com.br