Escondida da nossa visão tradicional, a região de formação de estrelas conhecida como Westerhout 43 é revelada em toda a sua glória nessa bela imagem em infravermelho feita pelo Observatório Espacial Herschel da ESA. Essa gigantesca nuvem, onde uma grande quantidade de estrelas massivas está ganhando vida, está localizada a quase 20 mil anos-luz de distância da Terra na constelação de Aquila, a Águia.
Com uma massa superior a 7 milhões de vezes a massa do Sol, essa região é o lar de mais de 20 berçários estelares, que estão sendo aquecidos e energizados pela luz poderosa das estrelas recém-nascidas localizadas no seu interior. Essas regiões de formação de estrelas se destacam nas tonalidades azuladas na imagem acima, se destacando da tonalidade amarelada e avermelhada que representa regiões mais frias.
Imbricada na bolha azul brilhante de gás no centro da imagem está um aglomerado de estrelas extremamente quentes e massivas do tipo Wolf-Rayet e OB, que juntas, são mais de um milhão de vezes mais brilhantes do que o Sol. Essa bolha abriga as sementes que irão crescer e se desenvolver em novos aglomerados estelares. Essa bolha, por si só, representa um dos mais prolíficos locais de nascimento de estrelas de toda a nossa galáxia.
Uma fábrica estelar menos extrema mas ainda muito ativa é representada pelo grande complexo de bolhas azuis visíveis na parte direita da imagem. Analisando com detalhe as imagens do Herschel, os astrônomos encontraram evidências do que parece ser uma rede de filamentos que ligam esses dois grandes locais de formação de estrelas.
Localizada numa região muito dinâmica da Via Láctea, na transição entre a barra central da galáxia e um dos braços espirais, a Westerhout 43 é um excelente laboratório para se estudar como as estrelas, especialmente as massivas, se formam na colisão de dois grandes fluxos de matéria interestelar.
Investigar as regiões de formação de estrelas na nossa galáxia, com detalhes sem precedentes é um dos principais objetivos da missão Herschel, que foi lançada em 2009 e operou por quase 4 anos, observando o céu nos comprimentos de onda do infravermelho distante e do submilimétrico. Com seus instrumentos sensíveis ao calor emitido de pequenas porções de poeira fria misturada nas nuvens de gás onde as estrelas se formam, as imagens geradas dessas regiões mostram para os astrônomos as áreas densas de gás onde novas estrelas estão se formando, permitindo assim que eles estudem a ação em detalhe, como no caso da imagem acima.
Essa imagem feita em três cores combina as observações do Herschel feitas em 70 mícron (azul), 160 mícron (verde) e 250 mícron (vermelho), e se espalha por cerca de 3 graus de comprimento. Na imagem, o norte está para cima e o leste para a esquerda. A imagem foi obtida como parte do projeto chave Hi-GAL do Herschel, que fez imagens de todo o plano da Via Láctea em cinco diferentes bandas do infravermelho.
Fonte:
http://www.esa.int/spaceinimages/Images/2017/07/Intense_star_formation_in_the_Westerhout_43_region