Enquanto a foto do buraco negro não vem, vamos continuar tentando entender um dos objetos mais intrigantes do universo.
Os buracos negros possuem uma descrição morfológica, digamos assim, mais ou menos entendida, existe um ponto central que é a singularidade, existe o horizonte de eventos, o limite antes de qualquer coisa ser sugada pelo buraco negro e existe o chamado disco de acreção.
Pelo menos teoricamente, o disco de acreção é entendido como sendo um torus de poeira e gás ao redor do buraco negro.
É a partir desse disco de acreção que os jatos relativísticos são emitidos, ou seja, quanto mais se entender o disco de acreção, melhor será o nosso entendimento sobre o buraco negro como um todo.
Para tentar entender o disco de acreção e criar um modelo fiel dessa região do buraco negro, um grupo de astr6onomos começou medindo o movimento do gás, que pode ser feito através do estudo das linhas de emissão.
Mas além do movimento do gás, eles precisavam de alguma forma medir o raio desse disco de acreção para então poder ter um modelo fidedigno desse disco.
Os discos de acreção podem ser medidos em AGNs, os núcleos ativos de galáxias, pois é nesses casos que eles são mais proeminentes, o problemas é que os AGNs estão muito distantes, e isso causa muita ambiguidade nas medidas.
Para driblar isso, os astrônomos usaram uma técnica chamada de mapeamento da reverberação.
Basicamente eles medem o atraso existente entre um evento observado de forma contínua no espectro e uma linha de emissão de hidrogênio, com isso é possível medir o raio do disco de acreção.
Os astrônomos então aplicaram essa técnica a 4 AGNs e conseguiram medir o tamanho do disco de acreção.
Os buracos negros usados possuem uma massa de aproximadamente 70 milhões de vezes a massa do Sol, e o disco de acreção tem um raio entre 1600 e 4000 Unidades Astronômicas, para saber esse valor em quilômetros basta multiplicar por 150 milhões de km.
Óbvio que a amostragem ainda é pequena, mas esse estudo é de suma importância para começarmos a entender os detalhes enigmáticos dos buracos negros.
Enquanto isso ficamos no aguardo da foto do buraco negro.
Fonte:
https://phys.org/news/2018-01-geometry-nuclear-black-hole-accretion.html
Artigo:
https://arxiv.org/pdf/1705.02346.pdf
Artigo original:
spacetoday.com.br