* Por Mário Rachid
Alguém duvida que vivemos hoje um dos momentos mais disruptivos da história, e os grandes avanços só são possíveis graças à tecnologia? Sem dúvida, a estrutura do setor de TI está totalmente diferente para acompanhar as novas demandas do mercado, que vive seus dias mais digitais. Pequenas e médias empresas, antes com limitação de orçamentos, não tinham estruturas para competir com as grandes corporações. Em contrapartida, os conglomerados empresariais eram lentos, não conseguiam adotar novas tecnologias e muito menos se reinventarem. Agora, com a disseminação da Computação em Nuvem, ou Cloud Computing, as regras mudaram e o mercado iniciou uma nova dinâmica de trabalho totalmente diferente do que tínhamos há poucos anos.
De forma tímida, as aplicações em Nuvem começaram a ganhar força com os sistemas de e-mail. Em busca de disponibilidade a qualquer hora do dia e da noite, hoje a maioria das empresas do mundo utilizam Cloud para e-mail. A Computação em Nuvem começou como um experimento, percorreu um longo caminho e já está começando a ser considerada crítica para as empresas. Em sua primeira década, Cloud não foi rapidamente aceito pela área de TI, que ainda trabalhava apenas com soluções e equipamentos próprios. Mas, olhando para seu estágio atual, temos a garantia que as oferta em Nuvem se tornaram maduras e muito mais seguras do que nos primórdios. Com isso, ganhou a atenção da área de TI e de outros departamentos, dominando todas as áreas das empresas.
Por isso, é possível afirmar que a transformação digital das empresas será feita por meio de ambientes Cloud. Companhias que buscam agilidade estão procurando oportunidades nas soluções em Nuvem para criar novos serviços e modelos de negócios inovadores que as ajudem a reduzir custos e tempo, aumentando a produtividade e criando eficiências operacionais para seus negócios. Os serviços estão crescendo para Infraestrutura como Serviço (IaaS), Software como Serviço (SasS), Plataforma como Serviço (PaaS) e Business Proccess como Serviço (BPaaS). Os paradigmas de propriedade estão sendo definitivamente esquecidos ao serem substituídos por novos modelos. Novas formas de medição e de cobrança vão ganhar novos adeptos a cada dia. O modelo que conhecíamos de compra de equipamento deixará de existir para ceder espaço a um outro, mais moderno, de uso conforme a necessidade do momento e com pagamento flexível.
Com Cloud Computing, as empresas promoverão novos níveis de experiência e de relacionamento entre funcionários, fornecedores, parceiros e clientes. Toda a estratégia empresarial corporativa será revista e TI estará mais presente nas organizações, com um papel mais estratégico. A infraestrutura deixará de ser coadjuvante para estar no centro das decisões e os CIOs terão novas possibilidades para atuarem como orquestradores dos serviços empresariais, uma vez que tudo estará conectado.
Essa mentalidade direcionada para novos serviços e a promoção da experiência dos clientes irá requerer uma mudança cultural, bem como uma transição para um modelo operacional orientado conforme o uso e a necessidade de recursos. Essa transição também aumentará a flexibilidade das empresas e permitirá que a área de TI auxilie, de forma ainda mais eficaz, o crescimento do negócio.
Durante a última década, a Computação em Nuvem amadureceu em várias frentes, inclusive em segurança. Pesquisas apontam que ambientes e aplicações armazenados em Data Centers externos de qualidade são duas vezes mais seguros que as estruturas de TI locais, além de serem mais modernos, baratos e flexíveis. Por isso, não considero prematuro afirmar que esse novo mundo Cloud será predominante nas organizações e teremos uma reversão de cenário, com quase todas as aplicações e sistemas em Nuvem.
À medida que aumenta a pressão para mover para os serviços, aplicações e infraestruturas para Cloud Computing, mais organizações estão agilizando seus projetos para potencializar os ganhos desse novo ambiente. Até 2021, mais da metade das empresas globais terão estruturas totalmente armazenadas na Nuvem (Cloud-all-in).
Esse novo ciclo demandará um novo planejamento das empresas e uma capacidade ainda maior dos Data Centers externos, que deverão ter um volume cada vez maior de clientes. No Brasil, o movimento ganhou força por conta da pressão enfrentada pelas companhias para reduzirem custos ao longo do ano passado, e, sem dúvida, terá maior volume nos próximos anos. Ao mudar a lógica do budget das empresas, do modelo de compra para o de pagamento conforme a utilização, teremos um novo cenário disruptivo. As empresas que não aderirem ao Cloud ficarão de fora desse capítulo da história!
* Por Mário Rachid é Diretor Executivo de Soluções Digitais da Embratel