Ao redor do Círculo Ártico, as pessoas observam auroras verdes, quase todas as noites. E ninguém escreve sobre elas, já que são bem comuns. As auroras azuis, por outro lado, são bem incomuns. Isso faz a foto que vocês estão vendo acima, feita por Oliver Wright no dia 26 de Outubro de 2017, em Abisko na Suécia, uma foto verdadeiramente impressionante.
“Ela era totalmente azul”, disse Wright, um veterano em auroras, que já presenciou centenas de tempestades geomagnéticas. “Eu nunca vi nada como isso!” Em Tromso, na Noruega, Daniel Drelciuc, observou também uma grande massa azul perto de uma aurora verde clássica.
Em auroras, a cor azul está relacionada com o nitrogênio. Partículas energéticas atingem o nitrogênio molecular ionizado, N2+ nas altas altitudes e pode produzir um brilho frio azulado, que é mais comum durante intensas tempestades geomagnéticas. No dia 26 de Outubro, contudo, a atividade geomagnética não foi tão intensa.
Talvez essas não sejam auroras. Outra ideia está emergindo para explicar a aparição azulada nos céus. No dia 26 de Outubro de 2017, o exército russo fez testes com mísseis balísticos, lançado-os da Terra, do mar e do ar. No mínimo um desses testes pode ter criado uma nuvem grande de exaustão azulada. Alexey Yakoleve fotografou essa aparição desde Strezhevoy, na Rússia.
Essa foto é estranha e muitos podem pensar que foi feita no Photoshop. Mas ela é real. Veja abaixo uma sequência de imagens extraída da página de Yakovlev numa rede social russa, mostrando a nuvem se expandindo naturalmente na atmosfera.
O míssil que provocou essa aurora azulada pode ter sido um Topol ICBM, que foi lançado de Plesetsk, 800 km ao norte de Moscou, na direção da área de teste de Kura em Kamchatka. A trajetória do voo foi à direita de onde mora Yakovlev. Além do mais, quando a Rússia testou um lançamento do mesmo tipo de míssil no último mês, alguns observadores relataram nuvens estranhas também.
Talvez, ventos de alta altitude tenham soprado essa exaustão azul para oeste, se misturando visualmente com as auroras sobre a Escandinávia. Wright notou que as luzes azuis e verdes estavam se movendo de forma independente, como se elas viessem de diferentes fontes. “Eu estou inclinado a aceitar a hipótese do míssil”, disse ele.
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spacetoday.com.br