3 MILHÕES DE GALÁXIAS EM 300 HORAS | SPACE TODAY TV EP2372

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Quando você quer conhecer o mundo, você precisa conhecer os países que constituem o mundo.

Quando você quer conhecer um país, precisa mapear as cidades.

E quando você quer conhecer o universo, você precisa mapear as galáxias.

Porém, esse não é um trabalho muito fácil, nós conhecemos muitas galáxias, que estão próximas ou que estão distantes e são muito brilhantes.

Mas das trilhões de galáxias presentes no universo, podemos dizer que conhecemos bem poucas delas.

Como eu falo quase toda a semana aqui no canal, a astronomia é uma ciência quase que totalmente dependente da tecnologia.

À medida que a tecnologia avança, temos a capacidade de poder enxergar mais coisas e mais longe.

E isso também está relacionado com o estudo de galáxias.

E foi na Austrália que um grande passo tecnológico e científico foi dado para conhecermos mais o nosso universo.

E prestem atenção, tudo que eu vou falar aqui, ainda nem é o projeto completo, é o que chamamos de Pathfinder, ou seja, algo como um teste, um protótipo do que ainda está por vir.

Lá no oeste do outback australiano está localizado o MRO – Murchinson Radio-astronomy Observatory, e nesse observatório está o ASKAP – Australian Square Kilometre Array Pathfinder.

Daqui a alguns anos, quando o SKA – Square Kilometre Array estiver pronto, essa parte australiana cuidará dos dados de baixa frequência.

Os cientistas desenvolveram os receptores de sinal mais avançados até agora para o ASKAP e com isso começaram a mapear o céu.

Eles mapearam 83% do céu e os resultados são impressionantes.

O ASKAP gerou 13.5 exabytes de dados brutos que foram processados usando o supercomputador Galaxy que fica no Pawsey Supercomputing Centre.

Nesse processamento os dados foram convertidos em imagens de rádio 2D, com um total de 70 bilhões pixels.

Depois de todo o processamento, os pesquisadores conseguiram terminar com 903 imagens resultando em 26 terabytes de dados.

E o que tem nesses dados?

Nada mais, nada menos que 3 milhões de galáxias, que foram mapeadas em 300 horas, sendo que cerca de 1 milhões dessas galáxias nunca tinham sido vistas anteriormente.

O ASKAP não precisa de dezenas de milhares de imagens como os projetos anteriores, e com isso consegue criar o mapa mais detalhado do universo em um tempo recorde.

Esse verdadeiro atlas do universo poderá ser usado por astrônomos no mundo todo para fazer estudos relacionados com a formação de estrelas, desenvolvimento de galáxias, e a interação das galáxias com seus buracos negros centrais.

Todos esses dados estão disponíveis para acesso público.

Realmente é impressionante o que o ASKAP foi capaz de fazer, e imagina quando ele não for mais um projeto de teste e sim um projeto rodando a pleno vapor.

Por isso eu falo, quer garantir seu futuro na astronomia, aprenda tudo relacionado a Big Data, desde o armazenamento, até o que chamamos de Data Mining, ou seja, minerar todos esses dados e descobrir aí informações importantes, machine learning, inteligência artificial, data Science, são todos termos que você tem que ter na ponta da língua para esse futuro próximo que está chegando.

Fontes:

https://www.csiro.au/en/News/News-releases/2020/Australian-telescope-creates-a-new-atlas-of-the-Universe

https://www.cambridge.org/core/services/aop-cambridge-core/content/view/CEFDF9239B2DC09A194FE66F52846C8C/S1323358020000417a.pdf/the-rapid-askap-continuum-survey-i-design-and-first-results.pdf

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Artigo original:
spacetoday.com.br