Como vocês estão vendo, recentemente estamos falando muito da nossa galáxia, a Via Láctea.
Lógico, queremos entender cada vez mais e melhor como a nossa galáxia é formada, como ela nasceu, qual o seu tamanho, massa, idade e outras propriedades.
Com tudo isso, poderemos contar de forma cada vez mais completa a nossa história no universo.
No hemisfério sul da Terra, nós temos uma visão bem privilegiada do centro da Via Láctea.
Estudar o centro pode nos fornecer muitas informações interessantes sobre a nossa galáxia.
Uma das questões sobre a Via Láctea é, como se deu a formação de estrelas, será que a formação aconteceu de forma contínua, ou ela teve explosões, momentos em que se teve uma grande taxa de formação de estrelas e depois um hiato.
Com o objetivo de descobrir isso, os astrônomos apontaram o poderoso VLT do ESO para a parte central da Via Láctea, e usaram o seu instrumento conhecido como HAWK-I.
Com essa poderosa câmera, foi possível estudar a região central através da poeira que toma conta da região e então descobrir as estrelas atrás dessa cortina de poeira.
Com essas observações, a equipe descobriu que cerca de 80% das estrelas situadas na região central da Via Láctea se formaram nos primeiros anos da nossa galáxia entre 8 e 13.5 bilhões de anos atrás.
Na verdade se considerarmos o estudo da idade da Via Láctea, entre 8 e 10 bilhões de anos atrás.
Depois disso se passaram 6 bilhões de anos período esse em que nasceram poucas estrelas na galáxia.
E esse hiato terminou com uma intensa formação de estrelas que aconteceu a 1 bilhão de anos.
Essa atividade atualmente é vista nas galáxias que são classificadas como galáxias de formação explosiva de estrelas.
Para que isso tenha acontecido na nossa galáxia, a ideia é que cerca de mais de 100 mil explosões de supernovas tenham sido responsáveis por essa intensa formação de estrelas.
Esse é considerado um dos eventos mais energéticos em toda a história da Via Láctea.
Nessa etapa muitas estrelas missivas se formaram, essas estrelas muito massivas vivem pouco, e terminam a vida como supernovas, gerando assim material, e energia que é responsável pela formação de novas estrelas.
Essa pesquisa estudou cerca de 3 milhões de estrelas, cobrindo uma área de mais de 60 mil anos-luz quadrados.
O ESO, com o VLT e muitos outros instrumentos e grupos de pesquisa como eu venho trazendo aqui estão dispostos a entender cada vez mais a nossa galáxia.
Esse estudo fez parte do programa GALACTINUCLEOUS que tem como objetivo, como o próprio nome já diz, estudar o núcleo da Via Láctea.
Com o VLT, ALMA no ESO, com o MeerKAT na África do Sul, e o SKA na Austrália e África do Sul, logo teremos uma imagem completo do centro galáctico e de toda a sua complexidade.
Fonte:
https://www.eso.org/public/brazil/images/comparisons/eso1920a/
https://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso1920/eso1920a.pdf
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Artigo original:
spacetoday.com.br